Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – A Suzano (SA:SUZB3) anunciou, na última sexta-feira (23), a venda de 21 mil hectares de área de floresta por R$ 1,057 bilhão para a Bracell Celulose. O valor levantado será aplicado no plano de desalavancagem da companhia.
Por volta das 16h05, o papel SUZB3 operava em queda de 1,13%, a R$ 50,65, enquanto o Ibovespa subia 1,06%, aos 107.162 pontos.
Para o BTG, a venda foi um movimento na direção correta, ainda que tenha um impacto limitado do ponto de vista de desalavancagem, visto que a dívida líquida da Suzano está atualmente em R$ 69 bilhões. O banco espera impacto de 0,1x, e projeta que a dívida liquida/Ebitda alcance 3,5x no fim de 2021.
A Mirae Asset também acredita que a notícia seja positiva e ajude na desalavancagem da empresa.
Depois da aquisição da Fibria (SA:FIBR3), tais ativos já não eram essenciais para a empresa e faziam parte de um plano de desinvestimento iniciado em 2019. Depois dessa venda e de outra para a Klabin (SA:KLBN11) em dezembro de 2019, a Suzano acredita ter terminado a venda de ativos florestais.
A Ativa Investimentos aponta ainda que o preço da celulose de fibra curta deve se alterar de forma sustentável em 2021 devido à acomodação da capacidade e à resiliência da demanda. Com isso, a Suzano deve ser capaz de seguir gerando fluxo de caixa operacional e reduzir sua alavancagem.
O BTG, então, reitera Compra para a ação, com preço-alvo de R$ 59, por acreditar que as ações estão subavaliadas. “Ainda que a alavancagem não esteja confortável e possam ser necessários alguns anos para normalizar, acreditamos que o caminho esteja livre e consideramos a situação controlável”, diz o banco.
A Mirae Asset também recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 54,40. A Ativa, que tem a mesma recomendação, tem preço-alvo de R$ 64,50.
A Ativa tem a mesma opinião: “Dado ainda a liderança nacional da companhia na produção de papel e nossas expectativas crescentes quanto a esse segmento, acreditamos que os múltiplos atuais não registram as possíveis melhoras nos mercados onde a empresa atua”, diz a corretora, que menciona ainda o baixo custo-caixa da celulose, a escala e a proximidade das florestas florestais e parques fabris da Suzano.
Outros fatores positivos apontados pela Ativa são a elevada relação USD/BRL, que torna os produtos mais atrativos para a exportação; o preço da celulose de eucalipto de fibra curta abaixo do breakeven, que aumenta a remuneração da companhia.
Como riscos para a performance da empresa, por outro lado, a Ativa menciona a estagnação dos preços de celulose de fibra curta; uma demora na retomada dos preços; um menor nível de defasagem cambial; e a permanência da alavancagem elevada.