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Swap: veja como funciona esse tipo de operação

Instrumento financeiro utilizado com frequência por bancos e companhias também chama a atenção de traders

- Anna Tarazevich/Pexels
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Diversos fatores influenciam na rentabilidade dos investimentos, como inflação, taxa de juros e câmbio, o que faz com que grandes investidores procurem formas de se proteger. O swap tem esse objetivo, possibilitando a “troca de risco” entre dois ativos com indexadores diferentes. 

Esse instrumento é utilizado com muita frequência por bancos e grandes companhias, que investem seus recursos para não deixar grandes somas dos seus caixas “parados”, correndo o risco de seus ativos perderem valor pelos motivos indicados acima.

Com o swap, essas empresas conseguem tornar seus contratos de obrigações (dívidas) e recebíveis mais “previsíveis”.

Alguns traders também utilizam a ferramenta para especulação no mercado, como forma de obter lucro, mas esse não é um tipo de negociação comum para pessoas físicas (e nem recomendado por educadores financeiros).

Confira nessa spacedica como funciona o swap!

Meu dólar pelo seu CDI

Como explicado acima, o swap é uma “troca de risco” sem ter a necessidade de vender e comprar ativos.

Imagine um produtor de laranjas que tenha todos os seus gastos em reais (gastos com funcionários, insumos para o plantio, manutenção das máquinas, processamento do fruto para transformá-lo em suco etc). Porém, os clientes dessa companhia são todos dos EUA. Portanto, sua receita é em dólar.

Se, por exemplo, ele fechar um contrato de 30 dias com os compradores utilizando a cotação do dia e o dólar se desvalorizar nesse prazo, ele poderá perder muito dinheiro, pois as suas dívidas continuarão inalteradas em real e a sua receita diminuirá pela valorização da moeda brasileira em relação à americana.

Para se proteger, a empresa decide “trocar o seu risco”. Utilizando um modelo comum no mercado como exemplo, a empresa adquire o valor da dívida em contratos de swap do Banco Central (cada contrato tradicional tem valor de R$ 50 mil).

A autoridade monetária, então, se compromete a pagar, na data de vencimento do contrato (30 dias depois) por qualquer desvalorização que o dólar possa sofrer contra o real.

Em troca, a empresa paga uma taxa de juros pré-definida pelo BC (ou atrelada a algum outro indicador, como IPCA, Selic ou o CDI Certificado de Depósito Interbancário).

Por que o Banco Central assume esse compromisso?

O objetivo da autoridade monetária não é lucrar com a operação, mas controlar a oferta e a demanda das moedas, prevenindo oscilações muito grandes do câmbio. Para isso, emite contratos de swap de acordo com a necessidade da economia no momento.

Se o objetivo é impedir uma grande valorização da moeda, utiliza o “swap tradicional”, que funciona como descrevemos no exemplo acima.

Por outro lado, se o objetivo é impedir uma queda muito abrupta, o BC oferece contratos de “swap reverso”. Nesse modelo, o banco se compromete a pagar a taxa de juros, enquanto o agente do mercado que pode ser um importador, que tem gastos em dólar e receita em real -, paga pela variação da moeda. 

Outros tipos de “trocas” também são comuns no mercado, como de commodities.

Por terem necessidade de estabilidade dos preços de combustível, empresas aéreas trocam suas receitas em moeda pela variação do petróleo, por exemplo. 

Existem ainda swaps de índices (Ibovespa contra CDI ou vice-versa) ou de taxas de juros (paga a variação do IPCA em vez da Selic).

Swaps podem ser utilizados como investimentos?

Em tese, os swaps são instrumentos apenas para “hedge”, isto é, proteção financeira. Porém, há traders que encontram na modalidade uma forma de lucrar em curto prazo. Entretanto, a prática não é considerada exatamente um investimento, mas sim uma “especulação” contra o mercado.

Os swaps normalmente são comercializados no mercado de balcão, ou seja, não são produtos padronizados e registrados na B3, a bolsa de valores brasileira.

Dessa forma, uma das grandes desvantagens é a falta de liquidez. Após adquirir um contrato, não tem como “vender” a sua posição para outro investidor. O valor aplicado no contrato só poderá ser liquidado no seu vencimento. 

Da mesma forma que o day trade, o swap como investimento é visto como um “jogo de apostas” por investidores, em que a possibilidade de grandes lucros em pouco tempo dificilmente vence o risco de prejuízos.

O ideal é seguir a cartilha dos educadores financeiros: para fazer o seu patrimônio crescer, invista para o longo prazo e crie uma carteira diversificada.

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