Por volta das 10:28 desta sexta-feira (18), as ações de Taesa (TAEE11) subiam 1,74%, a R$ 38,01, após a companhia divulgar resultados do quarto trimestre e anunciar a distribuição de lucro em dividendos aos acionistas.
A Taesa (TAEE11) comunicou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 800,3 milhões em dividendos.
O montante equivale a R$ 2,32 por unit.
Terão direito aos proventos os acionistas posicionados em base no dia 9 de maio. Entretanto, a data para a efetuação dos pagamentos não foi definida e eles devem ocorrer até o dia 31 de dezembro de 2022.
Antes, com base em resultados alcançados em 2021, a Taesa já havia distribuído R$ 989 milhões aos acionistas. Desta forma, a companhia vai pagar, ao todo, R$ 1,789 bilhão.
Esse montante representa 80,9% do lucro líquido da Taesa em todo o ano de 2021 (R$ 2,2 bilhões).
Sobre os números da empresa, o analista Vitor Sousa, da Genial Investimentos, vê a Taesa como um case bem precificado e recomendou venda das ações.
Segundo o material, o bom trimestre da empresa pode ser atribuído principalmente aos efeitos da alta da inflação (IPCA e IGP-M, com destaque para o segundo, que fechou 2021 com alta de 37,04%) no top line da transmissora, junto a entrada operacional de Janaúba.
Além das ressalvas, a Genial destaca os resultados positivos acima do consenso:
– A Taesa apresentou EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 447 milhões ( +55,8% vs. quarto trimestre de 2020), acima do consenso, e com uma margem de 81%, aumento de 1.6 p.p..
A Genial destacou uma preocupação com o endividamento da empresa, que alcançou 4.1x a relação dívida líquida/Ebitda após aquisição de lote com investimento estimado de R$ 1.75 bilhões no último leilão de transmissão.
Sousa escreve que, apesar da alta tolerância de dívida proporcionada pela estabilidade do negócio de transmissão, acredita que a alta alavancagem pode, em um momento de expansão das taxas de juros, fazer com que a empresa tenha gastos mais elevados com despesas financeiras e, por conseguinte, tenha sua distribuição de dividendos afetada.
E isso limitaria a capacidade da empresa em investir em novos ativos, o que poderia fazê-la perder para concorrentes como Alupar (Alup11) e CTEEP (TRPL4).