Tesouro Nacional espera ETF de renda fixa ainda este ano

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O fundo de renda fixa com cotas negociadas em bolsa (Exchange Traded Fund, ou ETF de renda fixa) do Tesouro Nacional deve sair ainda este ano, após dois anos e meio de preparação, afirma Jose Franco Medeiros de Moraes, sub-secretário da dívida pública do Tesouro Nacional. Em evento promovido pela S&P Dow Jones e pela bolsa B3 sobre ETFs, ele explicou que o processo está sendo encaminhado agora pelo Itau Unibanco, que ganhou a licitação para ser o gestor do fundo, e que negocia o processo com a Comissao de Valores Mobiliários (CVM). “Nós agora estamos aguardando o processo, mas esperamos que o ETF saia ainda este ano”, disse.

Segundo ele, a expectativa é de que o ETF de renda fixa atraia especialmente investidores institucionais, como fundos de investimentos que podem montar estratégias de maneira mais simples usando esses fundos, bem como os Regimes Próprios de Previdência Social de Estados e municípios, que teriam assim uma forma segura, simples e rentável de aplicar os recursos para aposentadoria de seus funcionários públicos. Moraes destaca a transparência dos ETFs, com divulgação dos preços das cotas no mercado ao longo de todo o dia.

Complemento ao Tesouro Direto

Já o pequeno investidor, a pessoa física, de varejo, vai continuar usando o Tesouro Direto para comprar os papéis do governo. “Notamos um aumento da procura por Tesouro Direto após os grandes bancos reduzirem suas taxas de administração e a B3 diminuir a taxa de custódia dos títulos na CBLC, no fim do ano passado”, disse.

Para ele, a queda dos juros pode reduzir o interesse dos investidores por renda fixa de maneira geral, mas mesmo assim o Tesouro Direto terá o papel de oferecer opções de diversificação. “Neste momento em que os juros caíram e podem cair mais, o Tesouro tem opções prefixadas que podem garantir uma rentabilidade acima do juro atual por um longo prazo”, lembra. “Mas o investidor terá de compreender que vai estar correndo risco, mas na renda fixa”, explica.

Segundo Moraes, o Tesouro acha que o processo dos ETF de renda fixa é democrático, pois permite a vários tipos de investidores pagar a mesma taxa de administração. O ETF também permite ainda outras opções de estratégias como futuros, ou aluguel de cotas. “E o ETF deve incentivar o alongamento de títulos da dívida, junto com a estabilização macroeconômica que podemos conseguir nos próximos anos caso o ajuste fiscal e a reforma da Previdência tenham sucesso”, diz. Segundo Moraes, “o que precisa ser equacionado e o lado fiscal”. “É o principal ponto que discutimos com investidores internacionais e agências de risco”, explica. “Alguns passos já foram dados, como a criação do teto de gastos do governo, mas agora é preciso mexer com os gastos vinculados, como a Previdência, para completar o ajuste”, diz.

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