Rentabilidade

Títulos do Tesouro corrigidos pela inflação rendem até 12,8% no mês e 86% em 12 meses

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A queda dos juros, que se acentuou em junho, aumentou a rentabilidade dos papéis do governo vendidos pelo sistema do Tesouro Direto. Títulos mais longos, até 2045, corrigidos pela inflação (NTN-B ou Tesouro IPCA+), acumularam alta de 12,78% em junho, acumulando 44,12% no ano e 86,46% em 12 meses. O vencimento 2035 acumulou 7,81% em junho, 27,41% no ano e 52,11% em 12 meses. O ganho supera de longe o Índice Bovespa, de 14,88% no ano, aos 100.967 pontos.

Papéis prefixados (LTN ou Tesouro Prefixado) também tiveram seus preços ajustados às novas taxas de juros. O papel 2025 subiu 6,9% no mês 14,16% no ano e 38,5% em 12 meses.

O motivo dessa valorização é a queda na taxa de juros. O juro real da NTN-B 2035 e 2045 caiu de 5,86% além do IPCA em 29 de junho de 2018 para 3,62% hoje. Em 28 de dezembro, ela era de 5,03%. Essa queda, calculada de hoje até 2035 e 2045, é que provoca o ganho extra nos papéis, o chamado “valor presente”.

Esse rendimento excepcional se deve à forma como os valores dos títulos são calculados. O rendimento até o vencimento é a diferença entre o preço de hoje e o preço no resgate. Se o rendimento é maior, o preço hoje do papel é menor e a diferença é maior. Se o rendimento é menor, o preço hoje é mais alto e a diferença até o vencimento, menor.

Esse ajuste acontece todos os dias no mercado, com os preços à vista dos papéis subindo quando o juro cai e caindo quando o juro sobe. Mas isso só vale para quem vender seu papel antes do vencimento. Para quem carrega o título até o fim, o ganho vai ser exatamente aquele combinado na aplicação.

Em momentos como este, de forte oscilação dos juros, analistas recomendam aos investidores que pegaram essa valorização a vender parte dos papéis com ganho e aplicar em outra coisa que renda mais daqui para frente. Há também o risco de os juros voltarem a subir por conta de alguma crise, e o investidor perderia parte desse ganho.

Já quem vai comprar agora papéis do Tesouro, a expectativa é que o ganho daqui para frente seja menor. O juro da NTN-B longa, por exemplo, já está em 3,62% ao ano além do IPCA. Até onde esse juro real pode cair sem provocar uma fuga de recursos para o exterior? Essa é a grande questão no mercado. Mas, mesmo que o juro não caia, a taxa real de 3,62% é uma remuneração muito alta para os padrões mundiais e pode ser uma opção segura de longo prazo para a aposentadoria, corrigida pela inflação e pagando bem mais que a caderneta de poupança.

Nos prefixados, o juro projetado para o papel de 2022 está em 6,3%, também relativamente magro diante da taxa atual de 6,5%, mas no mercado futuro as projeções já estão em 6,30% ao ano.

Títulos Vencimento Últ. 30 dias Maio No ano 12 meses Juros
Tesouro Prefixado 01/01/2020 0,63 0,57 3,39 9,55
Tesouro Prefixado 01/01/2021 1,59 1,29 5,57 14,77
Tesouro Prefixado 01/01/2022 2,92 1,92 6,3
Tesouro Prefixado 01/01/2023 4,28 2,41 10,02 26,29
Tesouro Prefixado 01/01/2025 6,9 3,14 14,16 38,5 7,2
Pré juros semestrais 01/01/2021 1,46 1,2 5,37 13,7
Pré juros semestrais 01/01/2023 3,54 2,04 9,14 22,06
Pré juros semestrais 01/01/2025 5,38 2,46 11,87 29,09
Pré juros semestrais 01/01/2027 6,69 2,76 13,32 34,32
Pré juros semestrais 01/01/2029 7,58 3,06 14,31 38,31
Tesouro Selic 01/03/2021 0,53 0,53 3,06 6,36
Tesouro Selic 01/03/2023 0,51 0,51 3,04 6,37
Tesouro Selic 01/03/2025 0,49 0,49 0,02
Tesouro IPCA+ 15/08/2024 3,77 2,14 11,25 23,82 3,09
Tesouro IPCA+ 15/05/2035 7,81 5,95 27,41 52,11 3,62
Tesouro IPCA+ 15/05/2045 12,78 9,35 44,12 86,46 3,62
IPCA juros semestrais 15/08/2020 0,65 0,35 4,33 10,14
IPCA juros semestrais 15/08/2024 3,26 1,86 9,95 20,82
IPCA juros semestrais 15/08/2026 3,77 2,53 11,74 24,79 3,21
IPCA juros semestrais 15/05/2035 5,72 4,02 18,85 35,91 3,53
IPCA juros semestrais 15/05/2045 6,61 3,73 21,65 43,12
IPCA juros semestrais 15/08/2050 7,39 4,4 23,11 46,61 3,75

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