Bolsa

Traders brasileiros 'escorregam' na falta de conhecimento

É o que revela a segunda edição da pesquisa que retrata o perfil deste profissional. Quase 70% dos entrevistados ainda não buscam capacitação contínua no mercado financeiro

- Foto: Tima Miroshnichenko/ Pexels
- Foto: Tima Miroshnichenko/ Pexels

A procura pelo trade como fonte principal ou complemento de renda é cada vez mais comum com o aumento dos brasileiros que investem na Bolsa. Dados da B3 mostram que o número de CPFs únicos cadastrados chegou a 4,2 milhões em janeiro deste ano e, grande parte deste universo, é de investidores que buscam ganhar com operações de curto prazo sem sair de casa.

A maioria dos operadores é do sexo masculino (91,4%), tem idade abaixo dos 40 anos (82,86%) e ainda busca entender melhor como funciona o mercado financeiro.

É isso o que demonstra a segunda edição da pesquisa Perfil do Trader Brasileiro, realizada pela mesa proprietária Axia Investing. De acordo com o levantamento, que ouviu 280 traders entre 21 de fevereiro e 21 de março, 74,91% dos entrevistados têm apenas entre um e três anos de estudo do mercado financeiro, enquanto 19% alegam já ter estudado entre quatro e sete anos. 4,30% não se preparou antes de iniciar seus investimentos.

O CEO da Axia Investing, Antonio Marcos Samad Júnior, avalia que o crescimento do número de traders é um fenômeno recente, o que explica o alto percentual de investidores com menor qualificação.

"Operar o mercado requer conhecimento específico da área, e muitos entram dispostos a se dedicar exclusivamente à Bolsa como fonte de renda. A busca por cursos e informações sobre investimentos é uma tendência e deve avançar", diz.

Apesar disso, dados do levantamento demonstram que 69% dos entrevistados ainda não participam de nenhum programa, consultoria ou grupo de estudos contínuos sobre trade e o mercado financeiro. Os demais garantem pelo menos 2 horas semanais de aprimoramento com essas ferramentas, em alguns casos chegando a mais de 8 horas.

É nesse contexto que Samad Junior observa a diferença do sucesso entre os dois grupos. “Muitas pesquisas destacam o risco de se tornar trader e apontam que a maioria perde dinheiro. Na verdade, com qualificação profissional para operar o mercado, isso não se comprova”, diz.

O levantamento da Axia destaca que 64,73% dos traders acreditam que podem melhorar seus ganhos com o sobe e desce da bolsa, e outros 25,45% afirmam ter insatisfação com os lucros. Entre os investidores mais arrojados, 56% afirmaram obter sucesso acima de 70% das vezes em que se arriscam. Somente 7,87% disseram que seu percentual de acertos está abaixo de 50%. 

Dentre os entrevistados, 35,13% têm entre R$ 1.001,00 a R$ 3.000,00 de renda mensal, sendo esta a maior média de ganhos. Logo atrás vêm os 21,51% que ganham de R$ 3.001,00 a R$ 5.000,00. Outros 12,19% possuem renda de R$ 5.001,00 a R$ 10.000,00; 10,39% ganham até R$1.000,00; 4,66% entre R$ 10.001,00 e R$ 20.000,00; e apenas 1,43% ganham acima de R$ 20.000,00. 14,70% afirmaram não ter renda

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