UBS prefere PagSeguro e Stone; Cielo segue com recomendação neutra

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Por Gabriel Codas

Investing.com – O banco de investimentos UBS divulgou na última quarta-feira relatório avaliando as ações das empresas brasileiras de meio de pagamento com cobertura pela instituição, mantendo a visão positiva para PagSeguro (NYSE:PAGS) e Stone Ltd (NASDAQ:STNE) e neutra para Cielo (SA:CIEL3). Em todos os casos, houve corte nos preços-alvo dos ativos.

A nova avaliação leve em consideração queda de 26%-36% nos lucros das companhias e uma taxa de risco mais alta.

Após a redução de 26-36% nos lucros e a incorporação de uma taxa livre de risco mais alta (de 8,75% a 8,0%), refletindo o aumento no rendimento dos títulos de 10 anos do governo brasileiro. A redução média foi de 42% no alvo do setor.

PagSeguro

Apesar de manter o otimismo, a equipe reduziu o volume total de pagamento (TPV) de 2020 em 22% e em 19% o de 2021, refletindo as implicações do coronavírus. Apesar de um aumento potencial na continuidade dos negócios de microempresas, os analistas seguem vendo PAGS bem posicionada para manter a penetração crescente no mercado de micro e pequenas e médias empresas e para manter sua posição de liderança, dado seu modelo de negócios diferenciado, compreendendo um ecossistema digital que ajuda a aumentar a retenção.

Com o aumento do risco de inadimplência, após a deterioração macro, o UBS vê o crescimento do PagBank em um ritmo mais lento em 2020/21E; no entanto, ainda enxerga um grande potencial para penetrar na base do PAGS, aumentando sua viscosidade. A avaliação parece atraente em 23x PE20E (razão PEG em 1,4x).

A avaliação de PagSeguro utiliza um modelo DCF, com a meta de preço indo para US$ 27,0, após uma redução nas estimativas de ganhos (em 24-33% em 2020-24E); e a maior premissa de CoE e WACC. O alvo implícito PE 20E é 32x.

Stone

O UBS segue positivo em relação à Stone, mesmo depois de diminuir a estimativa do TPV em 29% para 2020 e em 26% em 2021, refletindo as implicações do coronavírus. Quando terminar a quarentena, os analistas enxergam a Stone bem posicionada para continuar a aumentar sua participação no mercado de pequenas e médias empresas, alavancando seu modelo de negócios (tecnologia, distribuição e serviço superior).

Embora a crescente inadimplência diminua a penetração de crédito em sua base de clientes, os analistas seguem a ver soluções financeiras como uma maneira de a Stone aumentar gradualmente sua receita e se tornar um provedor de serviços financeiros exclusivo para seus clientes. Eles apontam como atraente a avaliação em 41,7x PE20E (PEG de 2,1x).

O UBS reduziu a nmeta de preço de US$ 46 para US$ 29 após uma redução nas estimativas de ganhos (de 24 a 42% em 2020 a 24E); e a maior premissa de CoE e WACC. O alvo implícito PE 20E é 51x.

Cielo

Para a equipe de analistas, a recomendação segue neutra na Cielo após reduzir as estimativas de TPV em 17% em 2020E e 15% em 2021E. Embora a concorrência deva desacelerar durante o período de isolamento, eles enxergam as receitas sob pressão, pois a Cielo precisará continuar reajustando os preços para o restante de sua base de clientes.

As receitas mais baixas devem ser parcialmente compensadas por menores descontos a serem pagos aos acionistas controladores (recentemente renegociados) e menores despesas operacionais (redução no número de call centers, número de funcionários e planejamento de orçamento zero).

Com isso, os analistas enxergam uma inflexão apenas em 2021 com a desaceleração da pressão de preços, menor exposição a grandes varejistas, recuperação do crescimento do volume e aumento da penetração do pré-pagamento. Eles acreditam em um preço justo de 13,6x PE 20E.

O preço-alvo foi cortado para R$ 4,5 após uma redução nas estimativas de ganhos (em 15-32% em 2020-24E); e a maior premissa de CoE e WACC. O alvo implícito PE 20E é 14,8x.

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