Vale suspende dividendos a acionistas e tem R$ 11 bi bloqueados; ação cai mais 8% hoje no exterior

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A Vale informou hoje que, em função da tragédia na Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, seu conselho de administração decidiu ontem suspender a Política de Remuneração aos Acionistas e o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, bem como qualquer outra deliberação sobre recompra de ações de sua própria emissão. A empresa anunciou também a suspensão do pagamento da remuneração variável aos executivos.

Hoje, os papéis continuam em baixa no exterior. Depois de recuarem 8,34% na sexta-feira, quando o mercado brasileiro estava fechado, os American Depositary Receipts (ADR) perdem mais 8% em Nova York, indicando uma forte queda na abertura de hoje.

O Conselho da mineradora anunciou ainda constituir dois Comitês Independentes de Assessoramento Extraordinário (“CIAE”) ao Conselho de Administração, coordenados e compostos por maioria de membros externos, independentes e com experiência nos temas relativos à investigação da tragédia.

O primeiro comitê será dedicado ao acompanhamento das providências destinadas à assistência às vítimas e à recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem, de modo a assegurar que serão empregados todos os recursos necessários. Ele será chamado de “CIAE de Apoio e Reparação”. O segundo comitê independente será dedicado à apuração das causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem – “CIAE de Apuração”.

A Vale informou ainda que  teve bloqueados pela Justiça R$ 11 bilhões em recursos pelas autoridades e que também foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama e mais R$ 99 milhões pelo Estado de Minas Gerais.

Segundo a mineradora, a empresa foi intimada sobre decisões liminares proferidas em requerimentos de tutela antecipada formulados pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais e pelo Estado de Minas Gerais, em decorrência do rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão. Os juízes de plantão das comarcas de Belo Horizonte e Brumadinho acataram os pedidos de indisponibilidade e bloqueio nos valores de R$ 1 bilhão, depois mais R$ 5 bilhões e outros R$ 5 bilhões, no valor total de R$11 milhões. As autoridades determinaram que a empresa adote as medidas necessárias para garantir a estabilidade da barragem VI do Complexo Mina do Córrego do Feijão, se responsabilize pelo acolhimento e integral assistência às pessoas atingidas, dentre outras obrigações.

Adicionalmente, a Vale informa que foi intimada da imposição de sanções administrativas pelo Ibama e pelo Estado de Minas Gerais, no valor de R$ 250.000.000 (duzentos e cinquenta milhões de Reais) e 27.590.773,62 UFMG (aproximadamente R$ 99.139.167,77), respectivamente.

Foto: Agência Brasil/Presidência da República

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