Bastante acima das expectativas medidas pela Bloomberg (0,5% m/m), o varejo brasileiro avançou 1,0% em março, na série já dessazonalizada. Os esconomistas do Banco Original, Marco Caruso (economista-chefe) e Eduardo Vilarim, explicam que esse número equivale a uma alta de 4,0% na comparação interanual do mesmo período.
O resultado, destacem eles, foi influenciado, sobretudo, pelo desempenho positivo dos móveis e eletrodomésticos, e equipamentos e materiais para escritório.
Já o varejo ampliado, que inclui também os segmentos de veículos e materiais de construção, avançou 0,7% ante fevereiro, o equivalente a uma alta de 4,5% na comparação com março de 2021, refletindo a alta de 2,2% dos materiais de construção.
Com o resultado de março, o varejo ampliado fecha o 1T22 com uma alta de 2,3% ante o trimestre anterior, trazendo um viés positivo para a atividade no período.
Análise
"Olhando à frente, a atividade econômica tem se recuperado mais rápido do que o esperado, refletindo a volta da mobilidade e apetite ao consumo. A despeito do impacto inflacionário sobre o consumo, tanto o Auxílio Brasil quanto o uso da poupança formada em 2020/21 e o nível de concessões de crédito para PF (cartão de crédito, financiamento do consumo) auxiliaram o varejo, especialmente nos bens de consumo duráveis e semiduráveis".
Anteriormente, diz o Banco Original, o entendimento era de que a demanda veria um trade-off entre consumo de bens ou serviços, mas os números do varejo de março alinhado à expectativa de alta do setor de serviços (1,3% m/m) desafiam a teoria. "Ainda projetamos um PIB de 0,5% para o 1T22, entendendo, no entanto, que os dados setoriais já sugerem uma alta de 1% para o IBC-Br".