O ano de 2022 promete um mix de fatores que pode trazer dúvidas ao investidor, como as projeções de baixo crescimento da economia, inflação alta, eleições. O que esperar neste cenário macroeconômico de incertezas e como ele está impactando os investimentos? O estrategista-chefe da VLGI Investimentos, Leonardo Milane, dá algumas dicas para o investidor no próximo ano.
“É normal na vida do investidor essa dinâmica. Não é todo ano que ele vai fazer crescimento de dois dígitos. Existem períodos em que o crescimento vai ser negativo e é normal. É importante não se desesperar, contar com uma boa assessoria e uma carteira equilibrada e bem diversificada para que no longo prazo essas baixas sejam compensadas”, afirma Leonardo Milane, sócio e economista da VLGI Investimentos.
Segundo ele, a renda fixa e investimento dolarizado são as duas classes de ativos que devem dar o maior conforto para o investidor neste período. Mas e a Bolsa?
“É verdade que as maiores oportunidades em Bolsa surgem em meio às crises e que os preços de alguns ativos já estão bem baratos. Mas é necessária muita cautela, não esperamos nenhum grande ganho no curto prazo e a Bolsa pode causar ainda muita dor de estômago daqui até as eleições. Dependendo do perfil do investidor, é preferível esperar um pouco mais”, explica.
Nos últimos meses, a confiança se deteriorou bastante e existe uma percepção dos agentes econômicos que não vai se inverter do dia para noite.
“Uma máxima em economia diz que a confiança é quem dita o futuro. O empresário que tinha algum projeto quase saindo da gaveta com a reabertura da economia – aquele projeto de investimentos, compra de maquinário, abertura de uma filial, contratação de mais pessoal – vai aguardar um pouco mais. Precisamos de um fato novo que traga uma luz no fim do túnel, que por enquanto não apareceu”, avalia o Milane.
Entretanto, o economista avalia que quando esse fato positivo surgir no horizonte, é quando as boas oportunidades podem aparecer. “É ter um pouco de paciência agora porque não temos de fato no horizonte algo visível que seja um catalisador positivo. Mas uma vez que esses catalisadores positivos começarem a desabrochar, vai fazer muito sentido o investidor estar perto de um especialista para poder dar o toque, avisar que chegou o momento de realocar a carteira. Em algum momento a realocação vai ser para a Bolsa. É nesses momentos em que surgem as maiores oportunidades”, recomenda.