Renda fixa

Veja investimentos em renda fixa que não podem ficar de fora da sua carteira, segundo especialistas

Em 2022, a inflação prevista em 5% e a taxa Selic a 11,75% para este ano, além da maior volatilidade provocada pela corrida eleitoral, requerem mais conservadorismo do investidor

- Foto: Mikhail Nilov/ Pexels
- Foto: Mikhail Nilov/ Pexels

A queda da Selic nos últimos anos levou os investidores a buscarem alternativas em ativos mais arriscados, mas o cenário mudou novamente.

A alta da inflação reverteu o movimento de corte da Selic e fez a taxa passar de 2% em janeiro de 2021 para os atuais 9,25%, com a perspectiva de que ocorram novas altas.

Segundo o boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central, os juros devem atingir 11,75% ao final deste ano.

Tal conjuntura, aliada à insegurança provocada pela corrida eleitoral e pelas novas cepas da Covid-19, deve levar ao retorno dos investimentos à renda fixa, tida como porto seguro nesses momentos.

“Os títulos de renda fixa estão se tornando cada vez mais relevantes para o investidor, pois a alta da taxa Selic faz com que os papéis indexados ao CDI, que é um indicador que acompanha a taxa básica de juros, fiquem mais atrativos para se investir. Essa modalidade de investimentos tem atraído a atenção em detrimento à bolsa de valores, que possui muito mais risco”, analisa Francis Wagner, CEO do App Renda Fixa.

Guilherme Gentile, head do aplicativo Dividendos.me, lembra que 2022 tende a ser de muitas incertezas para a economia e volatilidade para os mercados.

“Pensando nesse cenário, o investidor deveria começar a ter mais cautela ao investir e alocar seu capital em ativos mais defensivos como os investimentos de renda fixa, sobretudo aqueles mais conservadores como títulos públicos e ativos bancários como CDBs, LCIs e LCAs”, recomenda.

Outro ponto importante a se observar é o nível de inflação, pois o IPCA já se encontra perto de 11% no acumulado de 12 meses.

“O investidor deve optar por ativos de curto a médio prazo, principalmente os indexados ao CDI, já que a taxa Selic está em tendência de alta justamente para conter o avanço da inflação”, diz.

Segundo Gentile, os investimentos indexados ao IPCA podem ser uma alternativa, mas é importante que, nesse caso, o investidor opte por ativos mais curtos, já que com a subida da taxa Selic, a tendência da inflação é baixar, afetando diretamente a rentabilidade dos ativos atrelados a esse indexador.

“No atual patamar da taxa Selic, é possível encontrar boas opções nas plataformas de investimentos, diversas com um retorno de mais de 1 dígito ao mês”, ressalta.

A recomendação dos especialistas é de que, mesmo na hora de buscar o conservadorismo, deve-se observar as opções do mercado para fazer a melhor escolha.

“Basicamente existem três formas de remunerar o investidor quando falamos de títulos de renda fixa: os prefixados, os pós-fixados e os híbridos”, explica Wagner.

Os títulos prefixados são aqueles cuja remuneração é estabelecida no momento da contratação do título.

Nos pós-fixados, existe um índice de remuneração, como o CDI, por exemplo. Nesse caso, só se sabe a taxa pactuada no momento da aquisição do título e não é possível saber quanto, de fato, o investidor receberá no vencimento, pois a rentabilidade do título varia de acordo com o indicador.

Já os títulos híbridos possuem uma remuneração composta de uma parte prefixada e outra por índice de remuneração, sendo que os principais são o IPCA e o IGPM.

“Nesse tipo de título, a remuneração da parte prefixada é possível saber de antemão, entretanto a pós-fixada entra no mesmo caso dos investimentos pós-fixados”, ressalta.

Wagner enumera seis investimentos em renda fixa para 2022 que não podem ficar fora do radar dos investidores. Veja quais são:

CDBs: possuem proteção do FGC até o limite de R$ 250 mil por CPF e por conglomerado financeiro e podem possuir liquidez diária, além de ser possível encontrar títulos a partir de 1 real.

LCAs e LCIs: contam com isenção de imposto de renda, além de ter garantia do FGC.

LCs: são títulos bastante parecidos com os CDBs e podem ser uma alternativa a esses títulos, além de também possuírem garantia do FGC.

Tesouro Selic: título bastante seguro e não sofrer tanto com a volatilidade do mercado.

Tesouro IPCA+: título híbrido, que paga acima da inflação, ou seja, que em tese, remunera a juros reais. O Tesouro IPCA+2026 tem menos volatilidade que títulos mais longos como o IPCA+2035.

Com informações de Compliance Comunicação.

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