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Veja o que é marcação a mercado e confira dicas para você não perder dinheiro na renda fixa

É necessário ter planejamento e estratégia para aproveitar o máximo da rentabilidade que os títulos da renda fixa oferecem

- Fabian Blank via Unsplash
- Fabian Blank via Unsplash

Os títulos de renda fixa são conhecidos pela sua segurança, principalmente os públicos, como o Tesouro Direto. Porém, como todo investimento, é necessário ter planejamento e estratégia para aproveitar o máximo da rentabilidade que eles oferecem.

Um dos maiores inimigos – ou amigos – de quem quer começar a investir sem se planejar é a chamada “marcação a mercado”. Confira como funciona esse conceito e dicas para não perder dinheiro.

Seguro. Garantido, não

Investimentos de renda fixa são considerados, em sua maioria, produtos de perfil conservador, oferecendo baixo risco de prejuízo e, no caso de títulos prefixados, rentabilidade previsível. 

Ao contratar um título prefixado do Tesouro Direto que pague 12% ao ano de rentabilidade, por exemplo, você sabe que receberá, proporcionalmente, 1% ao mês ou 0,3% por dia. E como se trata de um título público, a probabilidade de calote é mínima, ou seja: é quase 100% de certeza que a rentabilidade prometida será paga. 

Porém, só é possível prometer essa rentabilidade para quem “segurar” o título até a data de vencimento. Isso porque o mercado é “vivo”, isto é, todos os dias acontecem fatos novos e cenários de otimismo e pessimismo se alternam com frequência. Da mesma forma, títulos de renda fixa também alteram o seu valor ao longo do tempo, o que é chamado de “marcação a mercado”. 

Como funciona a marcação a mercado

Em linhas gerais, a marcação a mercado significa que todos os dias o seu título prefixado valoriza ou desvaloriza, de acordo com oferta e demanda por ele ou o “humor” do mercado. Assim, se você resolver vender seu título antes do tempo, pode ser que ele esteja valendo menos. 

“A marcação a mercado é importante para o investidor pois mostra quanto o seu ativo está valendo naquele momento. Ao contrário das ações, que sabemos o preço no fechamento do pregão, a marcação se aplica a produtos de renda fixa prefixados, opções e outros derivativos, como o swap”, Bruno Komura, analista de renda variável da Ouro Preto Investimentos.

“Imagine que você comprou um título prefixado com rentabilidade de 10% ao ano, mas nos meses seguintes a situação econômica se deteriora e o governo começa a pagar 20% nos títulos prefixados. Em um caso como esse, caso você queira vender antes do tempo o seu que paga 10%, pode ser até que a rentabilidade seja negativa, ou seja, que você perca dinheiro”, completa.

Embora possa parecer algo negativo, a marcação a mercado pode também trazer boas oportunidades.

“Trader” de renda fixa

Ainda que em escala bem menor que as ações, os títulos prefixados em alguns casos também apresentam volatilidade que permite lucrar com o “trade”. No início de 2018, por exemplo, os títulos do Tesouro Direto Prefixado com vencimento para 2025 pagavam 12,20% ao ano, mas entre setembro e outubro – durante o período eleitoral – a demanda por títulos públicos aumentou, baixando a rentabilidade para 9,98% ao ano. 

À época, quem resolveu vender antecipadamente seu título se deu muito bem. Com a marcação a mercado, os investidores tiveram um ganho de R$ 68,14 por título (pagaram R$ 483,91 e eles passaram a valer R$ 552,05). Um ganho de 14% em 33 dias úteis. Proporcionalmente, a rentabilidade anual foi de 173% a.a. 

Casos como esses são raros e, em geral, produtos de renda fixa – como o Tesouro Direto – estão longe de ser especulativos. Para escolher qual é o melhor título para você, tenha sempre em mente quais são os seus objetivos e em qual prazo pretende realizá-los. 

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