Calendário Econômico

Veja os seis assuntos mais relevantes da semana de 26 a 30 de julho

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana

- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve
- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve

Por Noreen Burke, da Investing.com – Tudo indica que será uma semana agitada nos mercados, com a reunião de política monetária do Federal Reserve (Federal Reserve), uma série de resultados de empresas de renome e alguns dados econômicos cruciais na agenda no exterior, enquanto no Brasil a temporada de balanços começa a engatar com nomes importantes a divulgar resultados do 2º semestre.

Embora não se antecipem mudanças nas políticas monetárias durante a reunião de dois dias do Fed, provavelmente vão surgir mais detalhes sobre as discussões em torno da redução da recompra de títulos.

Com os mercados de ações posicionados em máximas recordes, os investidores estarão bastante atentos aos resultados dos pesos-pesados da tecnologia e, na quinta-feira, os investidores terão uma prévia do crescimento do PIB dos EUA no segundo trimestre, que se espera ser o pico da recuperação pós-pandemia.

Enquanto isso, na sexta-feira, a zona do euro deve divulgar uma série de dados, incluindo relatórios sobre a inflação, o PIB e o desemprego. No Brasil, destaques serão a taxa de desemprego e dados do setor público na sexta-feira.

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana.

1. Quando Fed começa o tapering?
O Fed conclui a sua reunião de dois dias na quarta-feira, e a sua declaração será analisada em busca de qualquer menção do calendário para redução do seu programa de compra de ativos. Embora o presidente Jerome Powell tenha deixado claro em seu recente depoimento ao Congresso que a economia dos EUA ainda precisa do total apoio do banco central.

Em junho, os dirigentes começaram a debater o início do corte de compras mensais de títulos do Tesouro e de títulos garantidos por hipotecas, hoje na casa dos US$ 120 bilhões mensais .

Powell pode indicar que, embora a discussão sobre a redução gradual tenha começado, ainda levará tempo até que os oficiais cheguem a uma conclusão sobre o que irão fazer. Espera-se que os dirigentes do banco sublinhem o risco da variante delta, de transmissão mais rápida, e que preocupa os investidores quanto ao seu potencial de tirar a recuperação econômica dos trilhos.

A maioria dos analistas esperam que o Fed dê uma indicação mais clara dos seus planos para reduzir o seu programa de flexibilização quantitativa durante a sua conferência anual em Jackson Hole, Wyoming, no final de agosto, antes de um anúncio formal sobre redução gradual no final do ano.

2. Enxurrada de dados nos EUA
Além da reunião do Fed, os investidores irão receber uma atualização sobre a força da economia dos EUA com uma enxurrada de dados no final do mês.

Na segunda-feira serão divulgados os números de vendas de novas casas, com a expectativa de que atinjam novas máximas, seguidos das encomendas de bens duráveis e confiança do consumidor na terça-feira.

O destaque vem na quinta-feira, com um primeiro olhar sobre o PIB do segundo trimestre. Embora as expectativas tenham recuado nas últimas semanas, ainda se espera que o crescimento seja forte, a 8,6% anualizado. Isso marcaria a recuperação de toda a produção perdida em função da pandemia e poderia representar o pico da recuperação pós-pandêmica.

Os números sobre renda pessoal e gastos devem sair na sexta-feira, e incluem a métrica que se afirma ser a favorita do Fed para a inflação: o índice de preços de gastos pessoais centrais do consumidor.

3. Dados no Brasil em semana de política mais calma
No Brasil, a semana começa com o tradicional Boletim Focus às 8h25 na segunda-feira, após a Confiança do Consumidor da FGV de julho às 08h00. Na terça-feira, os dados do setor externo de junho serão conhecidos, com foco em Transações Correntes e Investimento Direto Produtivo.

Após a prévia da inflação oficial vir acima da previsão na última sexta-feira, na quarta será conhecido o Índice de Preços ao Produtor (IPP) na quarta-feira às 09h00, enquanto mais tarde serão conhecidos os Empréstimos Bancários de junho o fluxo cambial estrangeiro. Outro dado de inflação que será conhecido na semana é o IGP-M de julho, na quinta-feira.

A semana encerra com o conhecimento sobre a taxa de desemprego e dados do setor público de junho, como dívida pública e balanço orçamentário.

Na política, o recesso parlamentar continua, sem muitas novidades na CPI da Covid nem nos trâmites da reforma tributária relacionada ao Imposto de Renda e a taxação de dividendos.

Segundo a Necton Investimentos, devem ser definidas os próximos passos de discussões no Congresso neste segundo semestre.

O que é mais certo é a oficialização da reforma ministerial pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), cuja maior mudança foi a saída do general Luiz Eduardo Ramos da Casa Civil para a entrada do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o que deve "melhorar a interlocução entre governo e parlamento, com maior aproximação do Centrão", de acordo com a Necton.

Por fim, deve haver mais discussões sobre o polêmico fundo eleitoral, cujo valor foi aprovado em R$ 5,7 bilhões pelo Congresso na semana passada. O presidente Bolsonaro prometeu que vai vetar esse valor.

4. Enxurrada de balanços
A temporada de balanços dos EUA entram em força total e os investidores estarão atentos aos maiores nomes da tecnologia, a fim de avaliar se a recente mudança do trading de reflação para ações de crescimento que conduziram os mercados na última década vai continuar.

Os resultados da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) e Alphabet (NASDAQ:GOOG) (SA:GOGL34) na terça-feira, Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) na quarta-feira e Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) na quinta-feira podem acelerar uma retomada de crescimento.

As ações FAANG – Facebook, Amazon, Apple, Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) e Alphabet, controladora do Google (NASDAQ:GOOGL) – são conhecidos por geralmente oferecerem retornos estelares no mercado de ações.

Mas apenas o Facebook e a Alphabet superaram o S&P 500 até agora neste ano, com a corrida dos investidores em ações do setor financeiro, de empresas de energia e outras companhias que devem se beneficiar com a recuperação econômica pós-pandemia.

Outros resultados que estarão no centro das atenções incluem a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34), a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), a Boeing (NYSE:BA) (SA:BOEI34), a Caterpillar (NYSE:CAT) (SA:CATP34), a Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), a Procter & Gamble (NYSE:PG) (SA:PGCO34) e o McDonald’s (NYSE:MCD)(SA:MCDC34).

No Brasil, a segunda-feira será de resultados das empresas EDP Brasil (SA:ENBR3) e Tim (SA:TIMS3).

Também estão no calendário outras companhias como Weg (SA:WEGE3), Vale (SA:VALE3), Pão de Açúcar Companhia Brasileira de Distribuicao ON (SA:PCAR3), Gol (SA:GOLL4), Santander (SA:SANB11) e Alpargatas (SA:ALPA4).

5. Volatilidade de mercado
As ações de crescimento e de valor sofreram um efeito gangorra na maior parte da semana passada, enquanto os investidores ponderavam o crescimento da variante delta em comparação aos resultados positivos de resultados e dados econômicos.

"Há um cabo de guerra, claramente há um conflito no mercado", disse à Reuters Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Independent Advisor Alliance em Charlotte, Carolina do Norte. "Há uma forte diferença de opinião sobre se o futuro será de céu azul ou se há nuvens no horizonte."

Todos os três principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em máximas recordes na sexta-feira, com o Dow Jones fechando acima de 35.000 pela primeira vez, após uma semana volátil, com o apetite por risco indo e voltando. Na segunda-feira, o S&P 500 registou a sua maior queda em um dia desde maio, antes de alcançar o seu maior salto de um dia desde março um dia depois.

Os resultados e dados podem acalmar ou exacerbar a angústia do mercado na próxima semana.

No Brasil, o Ibovespa fechou a sexta-feira em baixa de 0,87%, acumulando perdas de 0,72% na semana. O resultado acima do esperado do IPCA-15 na sexta-feira aumentou a perspectiva de alta da taxa Selic em meio à concretização do cenário de fechamento do IPCA acima da banda superior de 1,5 ponto percentual da meta de inflação de 3,75% neste ano.

6. Recuperação da zona do euro
Na zona do euro, os dados do PIB do segundo trimestre na sexta-feira darão aos investidores uma perspectiva sobre a força da recuperação econômica do bloco depois de uma recessão dupla, à medida que as vacinas são aplicadas.

Enquanto isso, os dados da inflação no mesmo dia devem indicar que a inflação atingiu a meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE) em julho. O BCE disse que pode permitir que a inflação supere temporariamente a sua meta quando for necessário um apoio monetário "especialmente forte ou persistente".

Na quinta-feira passada, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que uma nova onda da pandemia do coronavírus poderia representar um risco à recuperação econômica da zona do euro, após de o banco ter sugerido um período ainda mais longo de apoio monetário durante a sua última reunião de política monetária.

– Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo.

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