Nesta quinta-feira (14), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) relativa ao mês de julho.
O volume de serviços prestados no país cresceu 0,5% frente ao mês anterior – a terceira variação positiva seguida do indicador, que acumulou ganho de 2,2% no período.
Três das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo positivo, com destaque para os transportes (0,6%), setor com o maior impacto sobre o resultado geral do índice.
Com o avanço de julho, o setor de transportes se recuperou da variação negativa do mês anterior (-0,4%).
A principal influência sobre o resultado do setor, na comparação com junho, veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, terceira taxa positiva seguida, e acumula ganho de 5,8% nesses três meses.
Com isso, o transporte de cargas atingiu novamente o ponto mais alto da sua série histórica. Dentre as atividades que fazem parte do setor, o rodoviário de cargas foi o maior responsável pela alta de julho.
Para João Savignon, head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, as aberturas da pesquisa mostraram que os motores de serviços seguem firmes, com destaque para os serviços prestados às famílias.
“A exceção fica para os serviços profissionais, administrativos e complementares, que devolveu a alta do mês passado e possui carrego negativo para o terceiro trimestre”, comentou.
De acordo com Savignon, contudo, a projeção de desaceleração gradual da atividade ao longo do segundo semestre do ano foi mantida, mas em um ritmo mais lento do que o esperado no início do ano e do indicado pelo consenso do mercado atualmente.
Na ausência de um grande driver para o setor no curto prazo, ele crê na tendência de observarmos uma moderação ou mesmo relativa estabilidade dos serviços nos próximos meses, o que considera ser suficiente para garantir um bom crescimento no ano.
Em complementariedade à visão de Savignon, o BTG Pactual pontua que o carrego estatístico, em geral, do setor de serviços sobe para o terceiro trimestre, de 0,6% para 1,1% T/T a.s., e para o ano, de 2,5% para 3,1%.
“Desta forma, a divulgação do dado de agosto tende a ganhar relevância adicional, pois, caso se repita a resiliência em serviços prestados às famílias e transportes, pode ser possível que alguma revisão altista para a atividade deste ano possa entrar novamente no radar”.