Conversa

Workshop debate o mercado de plataformas de Equity Crowdfunding

Convidados falaram sobre futuro desse mercado de investimento

Equity - Reprodução
Equity - Reprodução

Na manhã desta quarta-feira (17), foi realizado um workshop sobre o mercado de plataformas de Equity Crowdfunding, área que está em pleno crescimento e chamando cada vez mais a atenção de empreendedores ao redor do mundo.

O encontro, que foi restrito para jornalistas, contou com a participação de Patricia Stille, CEO da beegin e cofundadora do Grupo Solum; Guilherme Champs, advogado e CEO do Champs Law; e Camila Nasser, CEO da Kria.

Os convidados falaram sobre as principais características e tendências do equity crowdfunding – modalidade direta de investimento, que basicamente é um financiamento coletivo voltado para empresas, onde um grupo de pessoas aplica seu dinheiro em projetos ou negócios iniciantes (com amplo potencial de crescimento) e têm direito à participação societária.

“O principal propósito do equity crowdfunding está em dar a abertura/acesso ao investidor comum (do varejo) a esse mercado, que é de altíssimo risco, através de plataformas regulamentadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários)”, explicou Camila Nasser.

Segundo a CEO da Kria, não há um perfil de investidor específico nesse mercado, mas sim vários diferentes.

“O perfil dos investidores que procuram o equity crowdfunding é bem diverso, tem de tudo. O Kria tem hoje um ecossistema de mais de 50 mil pessoas que permeiam a área. Ao mesmo tempo em que temos o perfil do investidor mais do varejo, também temos o perfil do investidor mais institucional (menos de 30%). O ticket médio está em R$ 9 mil por investidor. Esse número pode variar. Na nossa plataforma (Kria) há ofertas que variam de R$ 6 mil a R$ 15 mil. A ideia desse mercado é justamente ser mais diversificado e podemos perceber isso na prática”, afirmou.

Durante a conversa, os convidados concordaram que um dos grandes desafios encontrados nesse mercado é de educar bem o investidor, ou seja, entender completamente como funciona esse investimento para evitar problemas.

“Do ponto de vista legal, a pessoa que se interessar por esse tipo de investimento deve ter um mínimo de noção nos fundamentos da empresa. Conhecer a gestão dessa empresa, quem são seus fundadores, tentar descobrir minimamente as questões fiscais e econômicas dela”, aconselha Guilherme Champs.

A regulamentação desse mercado começou entre 2015 e 2016, quando a CVM deu início a conversas com as principais plataformas de crowdfunding, com o objetivo de criar uma norma específica para esse tipo de investimento no Brasil. O regulamento foi concluído em novembro de 2016, após uma audiência pública, e publicado em 2017.

Esse documento ficou conhecido como Instrução CVM 588, e foi o responsável por trazer maior segurança das ofertas e a transparência aos investidores, determinando um conjunto mínimo de informações e documentos que as negociações de crowfunding teriam que apresentar ao público.

Desde então o volume de investimentos em startups nacionais via equity crowdfunding só aumentou, apesar da queda em 2020, ocasionada principalmente pela crise econômica causada pela pandemia de COVID-19.

A Kria, plataforma criada pela Camila Nasser, foi a primeira do país a realizar uma oferta pública de investimentos no mercado de capitais privado no Brasil, no ano de 2014, por meio de uma de equity crowdfunding, em que os pequenos investidores individuais puderam aplicar na startup selecionada pela Kria para esse micro IPO digital.

Segundo Camila Nasser, há um grande otimismo para o equity crowdfunding em 2022. “Podemos esperar que esse mercado duplique ou até triplique de tamanho (em termos de volume de valor transacionado) no ano que vem. Isso porque atualmente há o dobro de plataformas que se estruturaram e devem começar suas operações em breve”.

“Um ponto bastante legal é que terá mais vertentes entrando nesse mercado, com plataformas focadas em investimento florestal, economia real, ESG e afins”, encerrou.

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