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XP atualiza avaliação de bancos em meio à pandemia; BB segue sendo o preferido

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Por Gabriel Codas

Investing.com – A XP Investimentos divulgou na manhã desta terça-feira a atualização da cobertura das ações dos principais bancos brasileiros para incorporar os impactos da pandemia da COVID-19 e a visão sobre os principais temas setoriais nas estimativas. O Banco do Brasil (SA:BBAS3) segue sendo o preferido, com a manutenção do preço-alvo em R$ 43.

Em segundo lugar, o documento coloca o Bradesco (SA:BBDC4), reduzindo o preço-alvo de R$ 28 para R$ 27, seguido do Itaú (SA:ITUB4) (corte de R$ 30 para R$ 29) e na quarta posição, Santander (SA:SANB11), com elevação de R$ 30 para R$ 32.

O relatório aponta que novos entrantes são uma ameaça e devem reduzir a rentabilidade do setor e que a pandemia da COVID-19 deve causar aumento da inadimplência, reduzir o crescimento do crédito e, consequentemente, deteriorar o curto prazo.

Porém, eles não concordam com o atual patamar de preços, uma vez que acreditam que está implícito que bancos não vão ser capazes de entregar resultados acima da média no médio prazo e, em alguns casos, nem lucros normalizados no longo prazo.

Como exemplo, a equipe cita que o atual preço/patrimônio líquido do Banco do Brasil assuma um retorno sobre patrimônio líquido de 11,8% (vs. 17% entregue em 2019), um valor baixo para um banco que acredita ter uma posição operacional defendida.

Como resultado, os analistas acreditam que bancos podem estar mais baratos se conseguirem atravessar a crise. Como no início do ciclo de crédito e incumbentes estavam altamente lucrativos, os analistas acreditam que os bancos estejam: bem capitalizados, com um índice de capital nível I médio de 12.5% no primeiro trimestre (vs. 8.5% regulatório); com uma carteira mais segura, caracterizada por uma menor participação de varejo; menos exposta a crédito no ativo, com outros investimentos mais líquidos predominando; e líquidos, beneficiados pelo movimento de fuga a segurança.

Não obstantes, bancos também estavam bem provisionados, com uma cobertura média de aproximadamente 200% em cima da inadimplência.

Os analistas destacam a força do Banco do Brasil no agronegócio, do Bradesco em seguros, a alocação de capital do Itaú e a performance do Santander desde o início da gestão do CEO Sergio Rial.

Banco do Brasil

A XP atualizou o Banco do Brasil com recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 43, com potencial de 35% de valorização. A corretora acredita que o preço atual implica uma destruição de valor não coerente com a atual posição defensiva do banco, criando assim uma oportunidade de valor.

Também espera que o BBAS3 seja competitivo digitalmente, uma vantagem relevante à medida que os novos participantes se tornam concorrentes ferozes. Por fim, um custo mais baixo de financiamento e provisões operacionais deve ajudar 2020.

 Bradesco

O Bradesco segue com recomendação de compra e um novo preço-alvo de R$ 27 (vs. R$ 28 anteriormente), implicando 30% de potencial valorização. A equipe acredita que o balanço seja sólido e que o banco está menos exposto a créditos mais arriscados do que em outras crises.

Também acredita que o negócio de seguros oferece ao banco uma defesa extra de curto prazo e melhores perspectivas de longo prazo. Por fim, os múltiplos atuais são atrativos com o banco negociando a 8,6x P/L e 1,3x P/PL, ambos em 2021, que fazem acreditar em retorno positivamente assimétricos para o banco de Osasco.

Itaú Unibanco

Os analistas atualizaram o Itaú com recomendação neutra e um novo preço-alvo de R$ 29 (vs. R$ 30 anteriormente), implicando 13% de alta. Eles acreditam que poderia continuar superando os players privados com uma recuperação mais rápida, pois o banco foi o primeiro a postergar pagamentos e aumentar as provisões.

Entretanto, esperam que o excelente histórico de rentabilidade do Itaú e a maior qualidade percebida estejam incorporados ao seu preço, uma vez que seus múltiplos de P/PL, mesmo retirando subsidiárias, são semelhantes aos do Bradesco e Santander.

Santander

A XP está atualizando o Santander com recomendação Neutra e um preço-alvo de R$ 32 (vs. R$ 30 anteriormente), implicando um upside de 13%. A corretora acredita que o Santander está bem posicionado para enfrentar a pandemia devido aos altos níveis de capital, liquidez e cobertura.

No entanto, busca por segurança nas preferências, portanto, mantém a recomendação neutra para o banco espanhol baseada em: alta exposição ao crédito de varejo, que deve ser a mais afetada pelo COVID-19; baixa diversificação de receita; receita de serviços exposta às linhas de maiores riscos, como adquirência, cartões de crédito e débito e serviços de conta corrente; um eventual aumento da CSLL poderia afetar mais o Santander devido à menor exposição a subsidiárias não bancárias; e a crença de que o preço atual já está precificando crescimento a frente dos pares, o que reduz a margem de segurança.

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