Avaliação

XP revisa projeção de crescimento do PIB de 5,2% para 5,5% em 2021

Corretora avalia que economia global segue favorável ao Brasil, com preços de commodities elevados e políticas monetárias expansionistas

- George Val/Flickr
- George Val/Flickr

A atividade econômica se manteve sólida no segundo trimestre e a aceleração da vacinação reforça a retomada dos serviços, o que aponta para um crescimento maior da economia brasileira em 2021 e também em 2022. Essa foi a avaliação foi feita pelos analistas da XP em relatório divulgado na manhã desta quinta-feira (15).

Com isso, a XP revisou a projeção de crescimento do PIB de 5,2% para 5,5% neste ano. Para 2022, a corretora incorporou 0,3 pontos percentuais nas estimativas, que passou de 2,0% para 2,3%, com a expectativa da provável ampliação do programa Bolsa-Família.

O material aponta que a inflação corrente preocupa, mas pondera que o Banco Central "reage de forma firme e independente".

"Além disso, o retorno dos pagamentos de auxílio emergencial às famílias mais vulneráveis, a antecipação de alguns benefícios previdenciários e a nova edição do BEm também contribuíram de forma importante para a sustentação da demanda interna", diz em nota a equipe da XP, comandada pelo economista-chefe Caio Megale.

Tensões políticas

São aspectos que agravam as incertezas quanto ao crescimento da economia brasileira o avanço das investigações da CPI da Covid-19 no Senado Federal e a proximidade do calendário eleitoral.

"Neste ambiente, pode haver excesso na expansão fiscal, tanto na calibragem final da reforma tributária como do novo (e mais amplo) programa Bolsa-Família", diz o relatório.

Fatores externos

Segundo a XP, também contribuíram para o aumento da volatilidade dos mercados e as incertezas: a variante Delta, do coronavírus; o impasse na OPEP, que elevou ainda mais o preço do petróleo; e os dados recentes que mostram a economia chinesa em desaceleração.

Entretanto, a corretora minimiza os efeitos. "Em nossa visão, a maior parte desses fatores domésticos e externos tendem a ser temporários. Ademais, os principais bancos centrais do mundo devem manter a política monetária expansionista, mesmo com as inflações mais pressionadas no curto prazo", afirma. 

Inflação

A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado como a inflação oficial do país, subiu a 6,6% este ano, de 6,4% antes, bem acima do teto da meta oficial – 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, que vai de 2,25% a 5,25%.

Segundo a corretora, motivaram essa revisão o reajuste de 52% na taxa adicional da bandeira tarifária de energia elétrica vermelha 2 no fim de junho e, na contramão altista, uma parcial compensação com o reajuste negativo de -8,19% dos planos de saúde individuais e familiares anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para o período 2021/2022. 

A XP trabalha com reajuste zero para esta categoria.

Para 2022, a XP manteve as projeções de 3,6% para o IPCA.

Desemprego

A XP calcula que a taxa de desemprego terminará 2021 em 13,0% e em 11,5% no ano que vem.

Selic

A XP aposta em duas elevações de 1% na taxa básica de juros Selic, em agosto e setembro. Por fim, uma alta de 0,5% em outubro. Atualmente, a taxa Selic está no patamar de 4,25%.

Câmbio

A corretora avaliou que não houve mudança nos fundamentos de médio prazo, apesar da volatilidade. Portanto, foram mantidas as projeções de dólar a R$ 4,90 no final deste ano e de R$4,90 em 2022.

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