terça, 23 de abril de 2024
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O que cada tipo de investidor deve fazer durante a crise?

26 março 2020 - 17h26Por Carolina Unzelte
Uma coisa é certa: seja você mais conservador ou arrojado, você também está sentindo os efeitos da crise econômica causada pelo coronavírus. A boa notícia é que sempre é possível repensar estratégias, adequando-as não só ao momento vivido mas ao seu perfil de investidor -- que também pode ter mudado Uma dica que vale para todos é evitar, por enquanto, fundos de investimento super alavancados, ou seja, aqueles que utilizam empréstimos de curto prazo para multiplicar seus aportes. "Se a situação que vivemos permanecer por muito tempo, eles podem sofrer mais do que outros", explica Hugo Daniel Azevedo, superintendente comercial do B2C da Órama.  E mesmo para os mais conservadores oportunidades de renda fixa são boas, afirma Pedro Padilha, sócio e responsável pela seleção de fundos da Genial Investimentos. "Nesse tipo de carteira, colocamos um pouco de multimercado de menor risco", explica. "A rentabilidade dos ativos de crédito também está atraente". O segmento inclui debêntures incentivadas, LCIs e LCAs, por exemplo.  Já para os moderados, a palavra-chave é balanceamento, diz Hugo. "Bolsa, por exemplo, pode valer para uma gama extensa de tipos de investidores, o que muda é o percentual de alocação". Para um portfólio bem alinhado, o especialista recomenda o rebalanceamento da carteira de 6 em 6 meses, no mínimo. "No entanto, nas atuais circunstâncias, eu diminuiria esse prazo para a cada 3 meses". 

Para o investidor mais corajoso

A cautela não é dispensável mesmo para os que se consideram mais arrojados. "É hora de buscar alternativas em ações, sim", aponta Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais. "Mas priorizando empresas maduras, com bons fundamentos".  E as compras progressivas são o recomendado: não investir todo o capital de uma vez, mas sim aportar aos poucos, para aproveitar eventuais preços melhores e ter a chance de avaliar a progressão dos cenários. "Isso pode trazer resultados muito bons quando a curva de contágio do coronavírus melhorar ou tivermos a descoberta de um tratamento", diz o economista.

O fim do tsunami?

Hoje, pelo terceiro dia seguido, o Ibovespa fechou em alta de quase 4%: quase um paraíso perto dos circuit breakers da semana passada e da anterior. Mas isso não significa que a turbulência passou: os investidores devem manter o cuidado.  "Talvez estejamos vivendo um período de acomodação, com as ações dos Bancos Centrais ao redor do mundo", considera Pedro Padilha. "Mas ninguém sabe quais serão os prejuízos dessa ruptura da cadeia produtiva".