sexta, 29 de março de 2024
Coringa

O vilão venceu: Coringa dá aula de investimentos a membros da Liga de Justiça

25 outubro 2019 - 19h03Por Laís Martins
Com menos de um mês de exibição nos cinemas de todo o mundo, Coringa é o filme com maior arrecadação de bilheteria, em 2019, entre os de categoria R-rated, ou seja, aqueles com classificação para maiores de 18 anos. Segundo publicou o site Deadline Hollywood, a película soma US$ 788 milhões em ingressos vendidos. Antes, o posto era de Deadpool 2, com US$ 783 milhões. A história de Coringa se passa em Gotham City e mostra a trajetória de Arthur Fleck, vivido Joaquin Phoenix. Ele trabalha como palhaço para uma agência e possui transtornos mentais. Após algum tempo, Fleck é demitido e perde seu atendimento psicológico cedido pelo governo. Por esses e outros fatores, o protagonista acaba iniciando um movimento contra a elite da cidade. Ao abordar um recorte mais humanizado e sem qualquer efeito especial faraônico, Coringa dá uma aula de investimento financeiro para outros filmes de seu universo, como Liga da Justiça. A SpaceMoney vai te explicar por que o vilão ganhou dos mocinhos desta vez, na matéria abaixo.

Coringa dá aula de investimento x retorno

Como dito acima, a arrecadação total do filme já alcançou a casa dos US$ 788 milhões. Vale lembrar que o filme ainda não completou um mês nas telonas e, assim, pode continuar rendendo por algumas semanas. Se analisarmos o quesito investimento/retorno do longa, o seu lucro já equivale, aproximadamente, US$ 501 milhões. Esse número se deve porque, ainda segundo o Deadline Hollywood, o investimento total do filme ficou em US$ 287 milhões. Ao todo, US$ 70 milhões foram destinados à produção, US$ 120 milhões ao marketing e US$ 97 milhões a outros gastos.

Os mocinhos perderam

Uma das lições do mercado financeiro que você já aprendeu com a SpaceMoney é não ter pressa ao investir. E essa regra pode explicar um dos aspectos pelos quais Coringa está disparando nas bilheterias.  Durante meses, o filme teve seu roteiro estudado e a história tomou rumos totalmente opostos ao que estava sendo lançado nos cinemas. O filme foi lançado três anos depois da última aparição do Coringa (encarnada por Jared Leto, em 2016), desta vez com uma história mais humanizada e sem grandes efeitos de ficção na produção. O Coringa versão 2019 é o tipo de investimento que demandou muito estudo e visão de mercado.  Agora, vamos compará-lo ao investimento feito às pressas: Liga da Justiça. Lançado em 2017, o filme teve um custo de US$ 750 milhões. Segundo o jornal The Independent, a produção ficou em torno de US$ 300 milhões e o marketing acumulou gasto de US$ 450 milhões. A bilheteria total do período que ficou em cartaz (aproximadamente 2 meses) foi de US$ 657,9 milhões, segundo o portal Adoro Cinema. Assim, a pressa tomou conta dessa produção. Sucedeu um longa que não foi muito bem aceito pelos críticos (Batman vs Superman, o qual teve menos de 30% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes) e, segundo eles, não elaborou um roteiro consistente.

Efeito especial gasta mais

Outro fator que mostrou a pressa da produção de Liga da Justiça foram os efeitos especiais. Durante as gravações, segundo a revista Variety, US$ 25 milhões foram gastos para esconder a barba de Henry Cavill, ator que dá vida ao Superman nesse ciclo da DC. O ator não podia retirar a barba porque, ao mesmo tempo, gravava "Missão: Impossível" e seu contrato não permitia se barbear. O pior de tudo: o efeito especial milionário não foi dos melhores. Muitos fãs reclamaram que era possível notar a alteração na face de Cavill. A pressa da DC se deu porque um ano antes, em 2016, sua concorrente, a Marvel, lançou o bem sucedido Capitão América Guerra Civil Assim, investidor, tenha calma ao aplicar seu dinheiro apenas porque outras pessoas o estão fazendo. Analise o mercado, estude e tenha calma.

Coringa pode lucrar mais que concorrentes

Por fim, falando na concorrente, muitos portais, como Omelete e Deadline Hollywood, apostam que Coringa pode bater os lucros de Guerra Infinita, da Marvel. O segundo filme dos Vingadores arrecadou US$ 2 bilhões em bilheteria. Entretanto, seu lucro real foi de apenas US$ 500 milhões por conta dos investimentos para a produção. Assim, por ter um custo muito inferior, Coringa pode superar esse valor se atingir os US$ 900 milhões em bilheteria, algo que já é uma realidade próxima.