O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou na quarta-feira (11), que o retorno do horário de verão pode ser uma alternativa viável para ajudar na economia de energia elétrica no Brasil.
A medida está sendo estudada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em resposta à crise hídrica que afeta os níveis dos reservatórios de diversas regiões do país.
Durante uma entrevista concedida no Palácio do Planalto, Alckmin reforçou que, apesar da falta de chuvas, não há risco de falta de energia, mas enfatizou a importância de medidas para poupar o consumo.
“Horário de verão pode ser uma boa alternativa para você poupar energia. Campanha para você economizar energia [é outra alternativa], você procurar desperdício. Ajuda também. Você tem várias alternativas”, disse.
Crise energética e acionamento de usinas térmicas
No mês de agosto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou que o nível dos reservatórios continuará a cair até o final de novembro devido à falta de chuvas em parte do Brasil.
Com isso, a recomendação foi de acionar usinas termoelétricas a partir de outubro, o que pode aumentar o custo da energia.
Apesar do cenário desafiador, Alckmin reforçou a confiança na capacidade do país em garantir o fornecimento de energia, mas destacou a necessidade de ações preventivas e sustentáveis.
O vice-presidente mencionou ainda a importância de focar nas causas do problema, incluindo medidas de descarbonização e preservação da Floresta Amazônica, além do crescimento de fontes de energia limpa, como a energia eólica e solar.
Estudo sobre o retorno do horário de verão
O horário de verão foi uma medida utilizada por décadas no Brasil, com o objetivo de economizar energia elétrica.
Ao adiantar os relógios em uma hora, o consumo de eletricidade era reduzido, aproveitando mais a luz natural no final do dia. A medida foi aplicada no país até 2019, quando o então presidente Jair Bolsonaro optou por revogá-la.
No entanto, o governo Lula está reavaliando a necessidade de retomar o horário de verão.
Em setembro de 2023, a área técnica do Ministério de Minas e Energia (MME) concluiu que, naquele ano, não seria necessário adotar a medida, mas o atual cenário de escassez hídrica reacendeu o debate.
Se reintroduzido, o horário de verão afetaria os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal. Nessas regiões, a medida era adotada entre os meses de outubro e fevereiro, período de maior incidência solar.