Política

Barroso nega pedido de Bolsonaro para afastar Moraes do inquérito do golpe

Presidente do STF entendeu que os argumentos da defesa do ex-presidente não configuram impedimento automático para a atuação de Moraes no caso

Jair Bolsonaro
Crédito: Getty Images

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, negou mais um pedido da defesa de Jair Bolsonaro (PL) para afastar o ministro Alexandre de Moraes da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Em decisão assinada nesta quinta-feira (13), Barroso afirmou que os argumentos apresentados não geram um impedimento automático para Moraes atuar no caso.

Defesa de Bolsonaro alegava “interesse pessoal” de Moraes

Os advogados do ex-presidente alegaram que Moraes não poderia continuar no caso porque se reconhece como vítima dos fatos investigados.

A Polícia Federal revelou que o ministro era um dos principais alvos de bolsonaristas que chegaram a arquitetar um plano para assassiná-lo.

Barroso, no entanto, entendeu que essa tese, se aceita, inviabilizaria a atuação do Judiciário em crimes contra a democracia, uma vez que diversos magistrados foram alvos de ataques nos últimos anos.

“Esse quadro torna desarrazoada a tese suscitada pela defesa, tendo em vista que, em última análise, todos os órgãos do Poder Judiciário, e inclusive este Supremo Tribunal Federal, estariam impedidos de apurar esse tipo de criminalidade contra o Estado Democrático de Direito e contra as instituições públicas”, escreveu o presidente do STF.

Essa não foi a primeira vez que o Supremo rejeitou um pedido semelhante. Em fevereiro, Barroso já havia negado uma solicitação da defesa de Bolsonaro para afastar não apenas Moraes, mas também os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin do caso.

Próximos passos do inquérito

Mais cedo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reiterou seu posicionamento a favor de tornar Bolsonaro e outros investigados réus no caso.

Agora, cabe à Primeira Turma do STF analisar a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e decidir se aceita ou não os argumentos da PGR para abrir uma ação penal contra o ex-presidente.

Sair da versão mobile