De volta ao jogo

Bolsonaro articula PL para mudar Ficha Limpa e retomar elegibilidade, diz colunista

Com o intuito de reduzir a inelegibilidade de políticos, a nova articulação visa diminuir o prazo de inelegibilidade de oito para dois anos

-
-

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articula junto a base parlamentar aliada no Congresso Nacional um projeto para alterar a Lei de Ficha Limpa e, com isso, retomar sua elegibilidade para disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. As informações são do site O Antagonista e foram confirmadas pelo blog da colunista Andreia Sadi, do g1 e âncora da GloboNews.

Com o intuito de reduzir a inelegibilidade de políticos, a nova articulação visa diminuir o prazo de inelegibilidade de oito para dois anos. A proposta, de autoria do deputado Bibo Nunes (PL-RS), abriria uma possibilidade significativa para que Bolsonaro, que ficou inelegível devido a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pudesse se candidatar novamente à presidência em 2026.

A mudança de foco na proposta reflete uma tentativa da oposição de angariar apoio entre diferentes siglas partidárias, uma vez que a inelegibilidade afeta políticos de variados espectros ideológicos.

A proposta já registra a assinatura de setenta e três deputados – a maior parte deles do PL, mas também inclui membros do MDB, Patriota, PP, PSD e até do Republicanos, partido do novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), do governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas, e do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos – PE).

A articulação em torno da proposta recebeu o apoio explícito da família Bolsonaro, com representantes do clã também atuantes no Senado Federal, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Se a proposta avançar, ela vai representar um novo capítulo no constante embate entre o Congresso Nacional e o Poder Judiciário, já que a inelegibilidade de Bolsonaro foi determinada por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Até o momento, a estratégia de Bolsonaro para 2026 se foca em registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a manutenção da bandeira de que ele seria o único representante legítimo da direita. Essa estratégia visa maximizar suas chances eleitorais.

Além da proposta de alteração na Lei da Ficha Limpa, outra movimentação política importante ocorre no cenário do Congresso Nacional.

O Partido Liberal (PL) abriu mão de indicar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, uma posição tradicionalmente ocupada pelo partido devido à sua maior bancada.

A decisão de não indicar um nome diretamente ligado à base bolsonarista visa facilitar as negociações e diminuir as polarizações que frequentemente dificultam o andamento das pautas da direita.

Com o novo arranjo, a presidência da CCJ deve ser indicada pelo MDB, com a expectativa de que isso contribua para um ambiente mais neutro, o que poderia facilitar a tramitação das propostas políticas, como a alteração da Lei da Ficha Limpa e outras pautas do governo.

O relator da proposta de alteração da Lei da Ficha Limpa foi o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que foi designado para essa função no final de 2024.

Barros, no entanto, afirmou que as articulações para avançar com a proposta começarão apenas depois que as comissões forem definitivamente constituídas.

Ainda não está claro se ele vai permanecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma vez que sua permanência nessa comissão seria necessária para garantir que ele continue como relator da proposta.

Sair da versão mobile