A COP29, conferência das Nações Unidas sobre o clima, entra em um momento crítico nesta semana em Baku, no Azerbaijão.
Ministros do Meio Ambiente de diversos países retomaram nesta segunda-feira (18) as negociações, que precisam avançar rapidamente para evitar um fracasso ao final do evento, previsto para sexta-feira (22).
A conferência busca destravar o financiamento climático necessário para apoiar países em desenvolvimento na transição para economias sustentáveis e na adaptação às mudanças climáticas.
Segundo o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, as conversas agora enfrentam suas maiores dificuldades. “Estamos na metade da COP29 e as verdadeiras dificuldades começam”, alertou ele.
Paralelamente, no Rio de Janeiro (RJ), ocorre a cúpula do G20, que reúne as maiores economias do mundo.
Espera-se que o encontro de líderes, que inclui nomes do Brasil e da China, contribua com “sinais mundiais claros” para destravar as negociações climáticas, conforme destacou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Financiamento de US$ 1 tri virou o foco da COP29
O principal objetivo da COP29 foi definir como financiar US$ 1 trilhão (aproximadamente R$ 5,79 trilhões) por ano até 2030 para ajudar países em desenvolvimento.
Esse montante se destina a iniciativas como energia solar, proteção contra inundações e melhorias na irrigação.
A União Europeia, maior contribuidora global, enfrenta resistência em aumentar seus investimentos internacionais devido ao contexto econômico de austeridade.
Enquanto isso, países emergentes, como a China, demonstram disposição em cooperar voluntariamente.
Ainda assim, há desafios quanto à distribuição de responsabilidades. Segundo a ONU, apenas países desenvolvidos têm obrigação formal de contribuir.
A busca por maior participação voluntária de economias emergentes, como a China, trouxe um pouco de otimismo após reuniões bilaterais realizadas em Baku.
A presidência do Azerbaijão na COP29 tem enfrentado críticas, inclusive erros na organização inicial e declarações polêmicas do presidente Ilham Aliyev, que atacou a França durante o evento.
Além disso, a repressão do governo a ativistas ambientais no país lança uma sombra sobre as negociações.
Com informações de ISTOÉ.