A decisão de revogar a medida da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras com Pix partiu diretamente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas o recuo foi considerado uma derrota política para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), e expôs a falta de agilidade do governo em lidar com a disseminação de fake news, informou o blog da colunista Vera Rosa para o jornal O Estado de S.Paulo.
A crise começou com a rápida propagação de desinformação sobre uma suposta taxação do Pix, impulsionada por vídeos nas redes sociais.
Em um único dia, uma postagem do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alcançou impressionantes 240 milhões de visualizações, enquanto aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), intensificaram os ataques.
A reação tardia do governo federal resultou em desgaste político e reforçou críticas sobre sua ineficiência na comunicação digital.
Até mesmo o Banco Central (BC), agora no comando de Gabriel Galípolo, entrou nas redes com linguagem de TikTok para pedir à população que não acreditasse em “lorota”.
Sobretudo, a situação foi agravada pela decisão da Meta – dona do Facebook, Instagram e Whatsapp – de encerrar o sistema de checagem de fatos em suas plataformas, o que, de acordo com o Palácio do Planalto, favorece estratégias da oposição para desestabilizar o governo.
No entanto, aliados do presidente da República, principalmente no PT, defenderam que ele não deveria ter recuado, com o argumento de que, por ter agido assim, pareceu dar razão aos adversários, mas a avaliação no Palácio do Planalto foi a de que não havia outra opção.
Sidônio Palmeira, recém-empossado na Secretaria de Comunicação Social (Secom), admitiu que o governo opera de forma analógica em um ambiente dominado pelas redes sociais.
Após uma reunião de emergência com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros, foi prometida a reestruturação da comunicação digital, com a retomada de uma licitação de R$ 197,70 milhões, anteriormente suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e recentemente liberada.
As informações são do blog da colunista Vera Rosa para o jornal O Estado de S.Paulo.