O 10º debate à Prefeitura de São Paulo, promovido por Folha e UOL, na manhã desta segunda-feira (30/9), teve o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como maior alvo de ataques, discussões sobre religião e, novamente, Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) evitando embates diretos com Pablo Marçal (PRTB).
O encontro reuniu apenas os quatro concorrentes numericamente mais bem colocados no último Datafolha, além dos já citados Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) foi a última candidata a participar do evento.
Os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo), que participaram do debate da Record do último sábado (28), ficaram de fora.
Cada candidato teve um total de 20 minutos para falar nos quatro blocos do encontro. O tempo foi gerenciado pelos próprios candidatos, que puderam fazer perguntas entre si e também responderam questões elaboradas por jornalistas do UOL e da Folha.
No primeiro e no terceiro blocos, eles responderam a perguntas feitas por jornalistas e, no segundo e no quarto, puderam perguntar uns para os outros.
A maior parte do tempo dos candidatos foi gasto nos dois primeiros blocos, restando a eles dar respostas mais enxutas e diretas nos dois últimos.
Ao final do debate, cada candidato teve um minuto extra para fazer suas considerações finais.
No debate
Candidato à reeleição, Nunes foi o mais atacado pelos adversários. Tanto Tabata quanto Boulos focaram no orçamento recorde da Prefeitura, com maior foco nas obras emergenciais que são alvo de investigação.
No segundo bloco houve debate sobre o uso da religião na política entre os candidatos Marçal, Ricardo Nunes e Tabata Amaral. Pablo Marçal questionou Ricardo Nunes se ele sabia realmente versículos bíblicos ou se apenas lia algo escrito pelo marqueteiro, e o acusou de usar o eleitor cristão. Os dois, então, citaram versículos durante a troca de respostas.
Tabata Amaral (PSB) complementou ressaltando que usar religião não deve ser usada por candidados.
“E só um comentário sobre essa instrumentalização da fé que a gente está vendo aqui. Eu sou cria de igreja, a igreja salvou a minha vida mas vocês nunca vão me ver entrando nessa competição da gente falar da nossa relação com deus pra ganhar um voto, porque essa é a última coisa que um cristão faria”, disse Tabata.
Marçal, na sequência, atacou os acenos que Tabata têm feito às mulheres para conseguir o voto do eleitorado feminino, o que mais rejeita o influenciador na cidade. O candidato afirmou “mulher não vota em mulher porque é inteligente“.
Guilherme Boulos criticou a afirmação de Marçal sobre o voto feminino e Tabata também ressaltou: “Única coisa que disparou nessa eleição foi a rejeição de Pablo Marçal. Adivinha entre quem: mulheres e, principalmente, mulheres da periferia”.
Antes das considerações finais, Pablo Marçal questionou Ricardo Nunes sobre o boletim de ocorrência registrado por sua esposa em 2011 por violência doméstica, protagonizando o maior embate do evento, ao longo do terceiro bloco.
O influenciador insistiu diversas vezes para que o prefeito explicasse o porquê de Regina Nunes ter registrado o BO por ameaça e chegou a perguntar se Regina estava “bêbada”. Nunes não respondeu sobre o caso.