
Em seu acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que atuou como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou ter recebido instruções diretas do ex-presidente para forjar dados de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
Os registros falsificados incluíam tanto Bolsonaro quanto sua filha, Laura Firmo Bolsonaro.
Cid também confirmou que os certificados de vacinação foram impressos e entregues em mãos ao ex-presidente da República.
A declaração foi tornada pública nesta quarta-feira (19), após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubar o sigilo do acordo de delação premiada no inquérito que investiga a trama golpista.
Investigação e desdobramentos da delação
A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas, em março do ano passado, sob a acusação de participação no esquema que fraudou registros de vacinação contra a Covid-19.
O ex-presidente e o tenente-coronel foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos.
Em abril, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu o indiciamento e solicitou mais investigações sobre a fraude à PF.
A corporação reenviou novas apurações e, atualmente, aguarda-se um parecer da PGR para dar continuidade ao caso.
Na noite de terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas por crimes relacionados a ataques contra a democracia.
No entanto, a fraude no cartão de vacinação não esteve presente nessa acusação específica.