Política

Cinco desembargadores do TJMS são afastados por suspeita de venda de sentenças

Cinco desembargadores do TJMS são afastados por suspeita de venda de sentenças

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados de seus cargos na manhã desta quinta-feira (24) sob suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção e venda de sentenças.

A operação, batizada de “Ultima Ratio”, é resultado de três anos de investigações conduzidas pela Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, e foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Entre os crimes atribuídos ao grupo estão lavagem de dinheiro, extorsão, falsificação de documentos e organização criminosa.

A Polícia Federal cumpriu 44 mandados de busca e apreensão contra os desembargadores, servidores públicos, nove advogados e empresários suspeitos de participação no esquema.

Quem são os desembargadores afastados

Os magistrados Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues foram os alvos principais da operação.

Todos terão que usar tornozeleira eletrônica, estão proibidos de acessar órgãos públicos e não podem se comunicar com outros envolvidos na investigação.

  1. Sérgio Fernandes Martins é o atual presidente do TJMS. Ele ingressou no tribunal em 2007, em vaga do Quinto Constitucional, destinada a advogados e membros do Ministério Público. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele tem uma carreira de destaque no Judiciário sul-mato-grossense.
  2. Sideni Soncini Pimentel, juiz de carreira, foi eleito para presidir o tribunal em 2025. Ele chegou ao cargo de desembargador em 2008 por antiguidade, uma forma de promoção baseada na experiência e longevidade do magistrado.
  3. Vladimir Abreu da Silva ingressou na magistratura em 1986, atuando como juiz substituto na comarca de Campo Grande, e foi promovido a desembargador em 2008 por merecimento.
  4. Alexandre Aguiar Bastos também é juiz de carreira, e como os demais, foi promovido ao cargo de desembargador por merecimento.
  5. Marcos José de Brito Rodrigues iniciou sua carreira como juiz substituto em 1988 e foi promovido a desembargador em 2012.

Dos cinco desembargadores, dois ocupam vagas do Quinto Constitucional, enquanto os outros três são juízes de carreira.

Investigações e desdobramentos

A operação “Ultima Ratio” foi lançada após três anos de investigação.

Além dos cinco desembargadores, também foram afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Osmar Domingues Jeronymo, e seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, servidor do TJ-MS.

Ambos também estão sendo investigados por participação no esquema de corrupção.

O STJ determinou o afastamento imediato dos magistrados e ordenou o uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar seus movimentos.

A Polícia Federal acredita que a quantidade de envolvidos e o volume das operações financeiras ilícitas configuram uma organização criminosa complexa, envolvendo agentes públicos, advogados e empresários beneficiados pelas sentenças vendidas.

Medidas restritivas

Além de serem obrigados a usar tornozeleiras, os desembargadores estão proibidos de acessar qualquer órgão público ou se comunicar com outros investigados.

Essas medidas visam evitar a destruição de provas ou interferência no processo investigativo.

As buscas realizadas pela Polícia Federal têm como objetivo coletar documentos, aparelhos eletrônicos e outros materiais que possam comprovar a extensão da organização criminosa.

Sair da versão mobile