Após a conclusão da Polícia Civil de São Paulo, a Polícia Federal (PF) também declarou que o laudo médico apresentado por Pablo Marçal, do PRTB, que supostamente indicava uma internação de Guilherme Boulos, do PSOL, por uso de cocaína, se trata de um documento falso.
Os peritos da PF realizaram uma minuciosa análise grafoscópica e identificaram discrepâncias na assinatura do médico José Roberto de Souza, já falecido.
Divergências na assinatura do laudo apresentado por Marçal
O exame, que visa verificar a autenticidade de documentos manuscritos, revelou que as inconsistências presentes na assinatura indicam a procedência de natureza espúria.
O relatório da perícia afirma que as evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões.
Este resultado levanta sérias questões sobre a veracidade do laudo médico.
Método de análise utilizado pela Polícia Federal
A perícia foi realizada por meio da comparação do laudo contestado com outras assinaturas legítimas do médico, obtidas de arquivos oficiais, como fichas de identificação civil e pedidos de passaporte.
A Polícia Federal concluiu que as inconsistências são evidentes tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses, sem evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa.
Inconsistências adicionais: O RG de Boulos
Além das divergências na assinatura, a investigação revelou um erro no número da carteira de identidade (RG) de Guilherme Boulos, que apresenta um dígito a mais do que o correto.
Essa informação adiciona mais uma camada de irregularidade ao caso.
Consequências legais para Pablo Marçal
Em um pronunciamento feito no domingo, 6 de outubro, o desembargador Silmar Fernandes, que preside o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), afirmou que, caso a fraude seja comprovada, Pablo Marçal vai enfrentar ações judiciais.
Se condenado, ele pode ter seus direitos políticos suspensos, o que o tornaria inelegível.
O que diz a defesa do ex-coach?
Candidato derrotado ainda no primeiro turno, Pablo Marçal, ao ser questionado sobre a origem da publicação do documento, atribuiu a responsabilidade ao seu advogado, Tássio Renam.
Ele declarou: “Vocês podem falar com o Tássio Renam. Ele que postou, na hora da postagem eu estava no (podcast) Inteligência Limitada. Ele mesmo postou.”
Essa defesa sugere que Marçal tenta se distanciar da responsabilidade direta pela divulgação do laudo contestado.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.