Na última terça-feira, 19 de novembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em viagem para Alagoas (AL) quando foi deflagrada uma operação da Polícia Federal (PF) que prendeu quatro militares suspeitos de planejar reverter os resultados da eleição de 2022 por meio de um atentado contra a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A ação, que ganhou grande repercussão, implicou diretamente o ex-presidente, que já foi indiciado por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
De acordo com a PF, o planejamento do atentado teria sido orquestrado dentro do Palácio do Planalto por meio de um grupo ligado ao general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro.
À Veja, o ex-presidente minimizou sua relação com o general Mário Fernandes e destacou que, enquanto ocupava a Presidência, o acesso ao seu gabinete era irrestrito.
“Lá na Presidência havia mais ou menos 3.000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro também afirmou que, em nenhum momento, soubera de um plano para assassinar autoridades. “Eu jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe. Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependia do aval do Congresso”, completou o ex-presidente.
Na última quinta-feira, 21 de novembro, Jair Bolsonaro foi indiciado, ao lado de 36 outras pessoas, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do estado de direito e organização criminosa.
O ex-presidente, agora investigado, pode enfrentar penas de até 28 anos de prisão, caso seja condenado por sua participação em um eventual plano de golpe.