Durante a Conferência Eleitoral do PT para 2024, realizada em Brasília neste sábado (9), o líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu abertamente a possibilidade de descumprimento da meta de deficit fiscal para o próximo ano, caso seja necessário. Essa declaração vai de encontro à postura da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Guimarães afirmou que conversou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, sobre a possibilidade de fazer um deficit, enfatizando que isso poderia ser um recurso necessário para assegurar êxito eleitoral em 2024. Ele mencionou a responsabilidade fiscal do governo Lula, porém ressaltou a existência de problemas que demandam atenção.
Por outro lado, Gleisi Hoffmann, presidente do PT e também presente na conferência, já havia defendido anteriormente um déficit nas contas públicas para o ano de 2024, indicando que esse poderia chegar a até 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em um painel realizado durante o evento do partido, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Hoffmann reiterou sua posição a favor de um déficit entre 1% e 2% do PIB.
Entretanto, a postura oficial do governo Lula continua mantendo a meta fiscal de deficit zero para 2024 em relação ao PIB. Apesar de ter cogitado uma possível flexibilização dessa meta no final de outubro, o presidente voltou em sua decisão.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), também marcou presença no evento do partido ao lado de Guimarães. Ele destacou a importância das eleições municipais para a escolha de congressistas nas eleições gerais e, consequentemente, para fortalecer a base governista no Congresso.
Padilha ressaltou a necessidade de uma estratégia visando mudar a realidade do Congresso Nacional, destacando a importância de eleger lideranças durante as eleições de 2024.
A conferência, que reuniu pré-candidatos do PT para as eleições municipais do próximo ano, tinha a expectativa da presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Entretanto, ele não compareceu ao painel, que contava com a presença de Padilha.