Não existe vácuo

Lula posterga e deputados apresentam PECs alternativas para cortar gastos

A proposta, elaborada com apoio da consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, busca promover um amplo ajuste fiscal por meio de desvinculação e desindexação do Orçamento federal

Lula posterga e deputados apresentam PECs alternativas para cortar gastos
Crédito: Agência Brasil

Diante da demora no anúncio do pacote fiscal pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um grupo de deputados finaliza uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com medidas abrangentes de redução de gastos públicos.

A proposta, elaborada com apoio da consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, busca promover um amplo ajuste fiscal por meio de desvinculação e desindexação do Orçamento federal.

Espera-se que as mudanças possam gerar uma economia de gastos de R$ 1,5 trilhão em dez anos.


Quem apresenta a PEC para cortar gastos?

A iniciativa foi liderada pelos deputados federais Pedro Paulo (PSD-RJ), Kim Kataguiri (União-SP) e Julio Lopes (PP-RJ).

Esses parlamentares propõem um conjunto de alterações significativas nas regras fiscais do país, que já começaram a movimentar o debate político em Brasília (DF).

Principais propostas da PEC

  1. Desvinculação do salário mínimo de benefícios como gastos com aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Benefício de Prestação Continuada (BPC) e abono salarial.
  2. Mudança nos critérios de reajuste salarial, que passariam a ser definidos a cada quatro anos. Entre os anos de 2026 e 2031, o reajuste seria limitado à variação da inflação.
  3. Revogação dos pisos constitucionais de Saúde, Educação e complementação do FUNDEB, com regulamentação futura via legislação ordinária.
  4. Controle das emendas parlamentares, que restrinja seu crescimento a um percentual fixo das despesas discricionárias do Poder Executivo.
  5. Teto para supersalários no setor público, limitados ao valor do salário de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente em R$ 44.008,52.
  6. Alteração no critério de renda para concessão do abono salarial (PIS-Pasep), que reduzisse o limite de dois salários mínimos para um salário mínimo.


Economia trilhionária: corte de gastos possibilitaria R$ 1,5 trilhão em dez anos

A proposta prevê impactos fiscais robustos: a economia estimada de R$ 1,5 trilhão em uma década supera em larga escala os cortes anunciados recentemente pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que devem economizar apenas R$ 70 bilhões em dois anos.

Pedro Paulo enfatizou que, enquanto o governo opta por medidas paliativas, a PEC traz soluções estruturais que podem garantir um ajuste fiscal duradouro e sustentável.

O governo deveria enfrentar os maiores gastos da União, que desorganizam e desequilibram o Orçamento. Isso daria credibilidade e permitira o crescimento da economia de forma sustentável”, afirmou o deputado.

Ele ainda destacou que a proposta tem potencial para gerar economias anuais entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões, valor consideravelmente superior às previsões do pacote fiscal em elaboração pelo Poder Executivo.


Críticas à atual política fiscal

O grupo de parlamentares critica a abordagem do governo em relação ao ajuste fiscal.

Para Pedro Paulo, a falta de cortes estruturais impede que a política fiscal e monetária funcionem de maneira coordenada.

Sem um ajuste robusto, o Banco Central tem dificuldades em reduzir os juros, essencial para o fortalecimento da economia”, alertou o deputado.


Desafios à aprovação da PEC para cortar gastos

A PEC precisa reunir o apoio de ao menos cento e setenta e um deputados federais para ser protocolada.

Até o momento, os articuladores da proposta têm buscado construir uma base sólida para garantir sua tramitação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já foi informado sobre a proposta.

As informações são de revista Exame.

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