Eleições 2024

Debate na Band: Nunes e Boulos trocam acusações sobre apagão em São Paulo

Boulos culpou a gestão atual pela falta de poda de árvores, enquanto Nunes responsabilizou a Enel e o governo federal pela crise energética

Debate na Band: Nunes e Boulos trocam acusações sobre apagão em São Paulo
Reprodução

No primeiro debate do segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, realizado na noite desta segunda-feira (14) pela Rede Bandeirantes, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se enfrentaram diretamente pela primeira vez desde o início da nova fase da campanha.

O apagão que afetou a cidade após um temporal na última sexta-feira (11) foi o tema central da discussão, marcada por trocas de acusações e críticas à gestão atual.

Logo no início do debate, o apagão foi mencionado na pergunta do mediador, o jornalista Eduardo Oinegue, e dominou o primeiro bloco do programa.

Boulos foi o primeiro a responder e apontou dois grandes responsáveis pela crise: a Enel, concessionária de energia, e o prefeito Ricardo Nunes.

Esse apagão tem dois grandes responsáveis: a Enel, que presta um serviço horroroso, e o Ricardo Nunes, que não fez o básico, a poda de árvores. A cidade está refém dessas duas incompetências”, disse o candidato do PSOL.

Boulos prometeu que, caso seja eleito prefeito, vai revogar o contrato com a Enel e investir na zeladoria da cidade, com tecnologias como satélites para monitorar a saúde das árvores.

Ele também afirmou que São Paulo precisa de um prefeito que “compre a briga” para melhorar o serviço prestado pela concessionária de energia e evitar novos apagões.

Nunes critica Enel e governo federal

Em sua resposta, o atual prefeito Ricardo Nunes rebateu as acusações de Boulos e transferiu a responsabilidade pelo apagão para a Enel e o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável pela fiscalização da concessionária.

Inaceitável o que a Enel tem feito com São Paulo, e o governo federal, que detém a concessão e a fiscalização, não fez nada. Fui a Brasília pedir a rescisão do contrato da Enel, mas não houve nenhuma ação até agora”, declarou Nunes.

O prefeito destacou que sua gestão realizou a poda de 620 mil árvores e afirmou que ajuizou ações contra a Enel, além de se reunir com autoridades em Brasília, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para buscar soluções.

Nunes defendeu que a empresa seja retirada do município e acusou Boulos, enquanto deputado federal, de não ter feito nenhum projeto de lei (PL) para alterar as regras de concessão de energia.

Confronto direto entre Nunes e Boulos

No confronto direto, o tom da discussão aumentou.

Nunes questionou por que Boulos, como deputado federal, não propôs mudanças na legislação federal sobre concessões de energia, enquanto Boulos afirmou que a fiscalização da Enel seria de responsabilidade da Aneel, cujo presidente foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um aliado de Nunes.

“O presidente da Aneel foi indicado pelo Bolsonaro, seu aliado, e não pode ser removido porque tem mandato fixo, igual ao Campos Neto no Banco Central”, disse Boulos.

Boulos questionou o prefeito sobre a responsabilidade pela poda de árvores e manutenção de semáforos, ambos serviços que foram afetados pelo apagão.

Nunes reconheceu que a poda de árvores era responsabilidade da prefeitura, mas reforçou que a Enel também se responsabiliza por situações que envolvem redes elétricas.

O candidato do PSOL retrucou e disse que a prefeitura não tem feito o suficiente, apontando que havia 7.600 pedidos de poda pendentes.

Promessas e críticas dos candidatos

Boulos prometeu que, se eleito, vai “tirar a Enel” de São Paulo e afirmou que a cidade precisa estar melhor preparada para tempestades.

O que você fez desde o apagão de novembro do ano passado para melhorar a cidade?”, questionou o candidato do PSOL.

Em resposta, Nunes afirmou que esteve em Brasília e que solicitou a retirada da Enel e apresentou um projeto de lei (PL) para que prefeituras possam fiscalizar concessionárias de energia.

Ele também criticou Boulos por não ter conseguido apoio para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a Enel na Câmara dos Deputados.

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