Expectativas para os próximos anos

O que Lula espera de sua relação com Trump?

Auxiliares do petista acreditam que a relação bilateral vai ser mantida em um nível cordial, sustentada pelos laços históricos entre as duas nações

Eleição 2022
Eleição 2022

Com a posse iminente de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado uma postura pragmática para lidar com o novo ocupante da Casa Branca, de acordo com informações do blog da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Apesar da proximidade entre republicano e Jair Bolsonaro (PL), bem como da agenda política conservadora do líder norte-americano, auxiliares do petista acreditam que a relação bilateral vai ser mantida em um nível cordial, sustentada pelos laços históricos entre as duas nações.

Relações históricas entre o Brasil e os EUA mantêm expectativas de cordialidade

Os Estados Unidos são o segundo maior destino de exportações brasileiras e possuem um histórico de cooperação estratégica com o Brasil.

No entorno de Lula, a boa relação mantida com o ex-presidente George W. Bush (2001-2009), republicano, tem sido frequentemente citada como exemplo de pragmatismo que pode prevalecer.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou que não existe risco de divergências ideológicas interferirem nos interesses dos dois países.

As relações Brasil-EUA serão sempre ótimas, como sempre foram. São relações de Estado. O presidente Lula já teve as melhores relações possíveis com o Bush, como todos os outros. Os interesses dos Estados são sempre maiores, afirmou o chanceler.

Como Trump se relacionou com Temer e depois com Bolsonaro?

Durante seu primeiro mandato, Trump manteve uma relação distante com Michel Temer (MDB) e priorizou questões como a crise migratória na Venezuela. Contudo, com Jair Bolsonaro, apelidado de “Trump Tropical”, a relação foi mais próxima, o que culminou no status de aliado extra-OTAN para o Brasil.

Mesmo assim, Trump fez críticas ao Brasil, especialmente em relação a tarifas comerciais. “O Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”, declarou Trump em 2024, já eleito.

Economia e regulação das redes sociais devem separar Lula e Trump

Entre os desafios para Lula estão as divergências econômicas, o fortalecimento da extrema-direita global e a regulação de redes sociais. A proximidade da Meta (controladora do Facebook) com Trump foi vista como um obstáculo à luta contra desinformação, especialmente após os ganhos da empresa em campanhas políticas no Brasil.

Lula parabeniza Trump, mas alfineta ao alertar sobre democracia

Apesar de diferenças ideológicas, Lula fez questão de parabenizar Trump pela vitória, destacando o valor do diálogo. Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos EUA. A democracia deve ser sempre respeitada, escreveu em redes sociais.

No entanto, em declarações anteriores, Lula destacou os riscos representados pelo extremismo político e relembrou eventos como o ataque ao Capitólio, e classificou-os como “um modelo que ruiu”.

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