Escândalo

Seis mulheres acusam Silvio Almeida de assédio e importunação sexual

As acusações estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Trabalho. Almeida nega as alegações

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Tânia Rego, da Agência Brasil

Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, está no centro de graves acusações de assédio sexual.

Desde o início de setembro, seis mulheres vieram a público relatar episódios de assédio envolvendo o ex-ministro, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

As denúncias incluem desde importunação sexual até toques físicos não consentidos. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) abriram investigações para apurar as acusações, enquanto Almeida nega todas as alegações.

As denúncias

No último dia 4, a ministra Anielle Franco revelou, em entrevista ao repórter Matheus Leitão, que foi vítima de importunação sexual por parte de Silvio Almeida.

Segundo Anielle, os comportamentos inadequados ocorreram durante uma reunião do governo federal em maio de 2023.

Ela afirmou que Almeida fez avanços inapropriados e chegou a tocá-la em suas partes íntimas. “Estamos falando de atos violentos e sem consentimento”, desabafou a ministra.

Outro caso ganhou repercussão com o depoimento da advogada Isabel Rodrigues.

Ela relatou que em 2019, durante um almoço em São Paulo, Almeida teria levantado sua saia e tocado suas partes íntimas. Isabel afirmou que decidiu tornar o caso público depois que Almeida desqualificou outras vítimas.

“Ele as chamou de mentirosas e disse que fazem parte de um grupo”, contou a advogada em suas redes sociais.

Relatos de ex-alunas

Além de Anielle Franco e Isabel Rodrigues, quatro ex-alunas de Silvio Almeida também denunciaram o ex-ministro por episódios de assédio ocorridos em diferentes momentos.

Uma delas, que optou pelo anonimato, contou que em 2007, quando Almeida era professor na Universidade São Judas, ele a puxou e a beijou contra sua vontade durante uma conversa com outros alunos.

Outra ex-aluna, também da São Judas, relatou um incidente em 2017. Enquanto discutia um projeto acadêmico com Almeida, ele teria colocado as mãos em suas pernas, subindo até o limite de sua saia.

A estudante, que ficou aflita e deixou o local, afirmou que o episódio a fez cogitar abandonar a faculdade.

Ainda em outro caso, uma mulher que teve Almeida como avaliador de sua monografia em 2009 contou que ele a pressionou a sair para conversar sobre o trabalho, dizendo que não queria que ela “saísse prejudicada”. Ela teme que o assédio pudesse ter impacto em sua avaliação acadêmica.

Investigações em andamento

As acusações contra Silvio Almeida levaram a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho a abrirem investigações.

As vítimas já prestaram depoimentos, e o caso está sendo amplamente discutido nos meios de comunicação. Almeida, no entanto, nega todas as alegações, afirmando que as denúncias fazem parte de uma “campanha de difamação”.

As informações são de Guilherme Amado – Metrópoles.

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