O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma declaração impactante nesta segunda-feira, 14 de outubro, ao sugerir que a Corte poderia discutir a validade de um processo de impeachment contra seus próprios integrantes.
Segundo Mendes, em entrevista à CNN Brasil, essa discussão ocorreria apenas se um procedimento do tipo fosse oficialmente aberto.
Análise da compatibilidade do processo de impeachment com a Constituição de 1988
Durante uma entrevista ao programa CNN 360º, Mendes explicou que, se um processo de impeachment fosse instaurado, o STF avaliaria se a legislação atual sobre o impeachment, datada de 1950, seria compatível com a Constituição de 1988.
“Se vier por acaso a tramitar um processo contra um ministro, certamente haveria discussão se essa lei foi recepcionada, uma lei que foi feita sob a Constituição de 1946, se ela foi recepcionada pela Constituição de 1988”, afirmou o ministro.
Mendes descarta perigo de impeachment de Alexandre de Moraes
O magistrado também comentou sobre a atual situação de seus colegas no STF e afirmou não perceber “perigo” em relação à possibilidade de um processo de impeachment.
Mendes destacou:
“Não há nenhuma falta cometida pelo ministro Alexandre de Moraes ou qualquer outro ministro, que justifique um impeachment, ou sequer a abertura de procedimento de impeachment no Senado”.
Como ministro observa o avanço do pacote anti-STF?
O assunto do impedimento de ministros do STF voltou a ser amplamente debatido nos últimos dias, especialmente após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados ter aprovado dois projetos de lei que ampliam as hipóteses de crime de responsabilidade para os integrantes da Corte.
Esses textos agora seguem para análise do plenário da Câmara.
Propostas de Emenda à Constituição querem limitar a atuação do STF
As propostas em questão fazem parte de um conjunto de medidas conhecido como pacote anti-STF, que está atualmente em trâmite na CCJ.
Além dos projetos de lei (PL), os deputados também aprovaram duas propostas de emenda à Constituição (PECs) que visam a Suprema Corte, em um sinal de uma crescente pressão legislativa sobre o STF.
As informações são de CNN Brasil.