Política

TCU investiga gastos com festival "Janjapalooza" e patrocínio estatal

Processo foi solicitado por deputados da oposição devido a possíveis irregularidades nos gastos

TCU investiga gastos com festival "Janjapalooza" e patrocínio estatal

O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou dois processos para investigar os gastos e o financiamento do festival Aliança Global Contra a Fome, apelidado de “Janjapalooza”.

A medida ocorre após representações feitas por deputados da oposição, que apontam possíveis irregularidades no uso de recursos públicos no evento.

As investigações foram solicitadas por Sanderson (PL-RS) e Gustavo Gayer (PL-GO), com os processos distribuídos aos ministros Jorge Oliveira e Walton Alencar Rodrigues. Os documentos detalhando as representações ainda não são públicos.

O festival ocorreu no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 16 de novembro de 2024, de maneira simultânea à Cúpula do G20 Social, um evento paralelo à reunião oficial do G20.

Organizado pelo Ministério da Cultura com apoio da primeira-dama, Janja Lula da Silva, o evento trouxe a temática da presidência brasileira no G20 com foco na luta contra a fome e a pobreza.

Durante os três dias de festival, diversas atrações culturais foram apresentadas, incluindo shows de artistas renomados como Ney Matogrosso, Daniela Mercury, Alceu Valença e Fafá de Belém.

O apelido “Janjapalooza” foi associado ao evento devido ao papel ativo da primeira-dama na sua organização.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também discursou no último dia do festival, defendendo que a temática da fome seja tratada como uma questão política internacional.

Ao lado do cantor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, Lula ressaltou a importância do envolvimento cultural na conscientização social.

A origem dos recursos utilizados no festival tornou-se alvo de críticas e preocupação de opositores. Segundo as representações, as estatais Petrobrás e Itaipu Binacional destinaram aproximadamente R$ 33,5 milhões ao evento.

O Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal também foram citados como patrocinadores. Em suas representações, os deputados questionaram a “malversação de recursos públicos” e citaram um possível superfaturamento nos valores aplicados.

“A utilização de recursos públicos para a realização de shows em meio à crise econômica que assola o país viola os princípios norteadores da administração pública, em especial da moralidade pública”, declarou Sanderson em um dos documentos protocolados.

Sair da versão mobile