O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou na última quarta-feira (25) que tenha enviado uma carta a Pablo Marçal (PRTB) em solidariedade após o candidato à prefeitura de São Paulo ter levado uma cadeirada durante um debate eleitoral.
Marçal, empresário e também ex-coach, afirmou recentemente ter recebido uma correspondência de Trump após o incidente, algo que foi prontamente desmentido pela equipe de campanha do ex-presidente americano.
A negativa foi confirmada por Jason Miller, porta-voz e conselheiro sênior da campanha de Trump à presidência dos Estados Unidos em 2024.
“O presidente Trump não enviou nenhuma carta do tipo”, declarou Miller.
A declaração veio à tona após Pablo Marçal dizer, antes de participar de um debate no programa Flow, que havia recebido uma mensagem de apoio de Trump.
Segundo Marçal, o ex-presidente lamentava o ocorrido e se solidarizava com ele devido ao atentado a tiros que Trump teria sofrido recentemente.
Declarações de Marçal
Marçal, que busca apoio do eleitorado conservador, afirmou publicamente que a carta recebida de Trump expressava condolências pelo episódio.
“Recebi uma carta do Trump falando que lamenta muito o ocorrido. O Trump é um cara que sofreu também um atentado agora. Cada um na sua escala: o presidente dos Estados Unidos é bala de fuzil, o Bolsonaro é faca, e a Prefeitura de São Paulo, que é mais baixo um pouquinho, é cadeirada”, disse Marçal, referindo-se à agressão sofrida durante um debate com José Luiz Datena.
Marçal foi além, afirmando que havia respondido à suposta carta de Trump, com a seguinte mensagem: “Muito obrigado pela preocupação. E a gente vai mudar o mundo. Você do lado aí dos Estados Unidos, e a gente, no Brasil, através de São Paulo.”
No entanto, quando questionado sobre a veracidade da carta e pressionado para apresentar uma imagem da correspondência, Marçal não respondeu à solicitação dos jornalistas.
Reação dos bolsonaristas e a comparação polêmica
A afirmação de Marçal não foi bem recebida por apoiadores de Jair Bolsonaro. Muitos viram a comparação entre os incidentes sofridos por Trump e Bolsonaro como uma tentativa exagerada de atrair eleitores conservadores.
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Em redes sociais de direita, internautas ironizaram a postura de Marçal.
Um comentário frequente era: “Trump, após levar um tiro, levanta, cerra os punhos e diz: ‘Lute’. Marçal, após levar uma cadeirada de um senhor de 67 anos, chama a ambulância e põe máscara de oxigênio.”
Marçal chegou a admitir que a cena da ambulância foi uma espécie de simulação, planejada para gerar impacto midiático.
“Eu não precisava daquela ambulância lá. Eles queriam fazer uma cena, esse povo aí. Dava para ir correndo para o hospital”, declarou, em um jantar com apoiadores.
Polêmica médica e laudo contestado
Após a cadeirada, Marçal foi hospitalizado e um boletim médico do Hospital Sírio-Libanês informou que ele sofreu traumatismos na região torácica e na mão direita.
No entanto, o médico Bruno Gino afirmou que Marçal estaria fingindo lesão, com base na cor da pulseira hospitalar que lhe foi atribuída. Segundo Gino, o código CID Z765, que se refere à “simulação consciente”, poderia ser aplicado ao caso de Marçal.
A declaração de Gino gerou uma reação imediata dos apoiadores de Marçal, que rebateram dizendo que a pulseira dada na internação não tem ligação com a classificação de risco inicial do paciente.
Além disso, o laudo médico foi assinado por dois especialistas do Hospital Sírio-Libanês, levantando dúvidas sobre a veracidade da acusação de fingimento.
Apesar da controvérsia, Marçal segue na disputa pela prefeitura de São Paulo e tenta angariar apoio no campo conservador, mesmo enfrentando críticas e desconfiança por parte de eleitores mais próximos de Jair Bolsonaro.
A tentativa de alinhar sua imagem à de Donald Trump, no entanto, parece ter sofrido um revés com o desmentido categórico do ex-presidente dos Estados Unidos.
As informações são do site Metrópoles.
