Saúde

Pesquisadores descobrem novo coronavírus em morcegos no Brasil com semelhanças ao Mers

Uma nova descoberta científica identificou um coronavírus em morcegos de Fortaleza, com 71,9% de semelhança genética ao MERS

Crédito: Roberto L. M. Novaes – Blog Morcegos do Brasil
Crédito: Roberto L. M. Novaes – Blog Morcegos do Brasil

Um novo coronavírus? Uma equipe de cientistas das universidades de São Paulo e do Ceará, em colaboração com a Universidade de Hong Kong, na China, identificaram um novo coronavírus em morcegos coletados em Fortaleza com semelhança com o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, em inglês). 

No total, a equipe encontrou sete coronavírus em amostras de cinco morcegos coletados pelo Laboratório Central de Saúde do Ceará (Lacen). 

Os morcegos pertencem a duas espécies: Molossus molossus, uma espécie insetívora, e Artibeus lituratus, que se alimenta de frutas.

Semelhança com o Mers

O coronavírus encontrado possui 71,9% de similaridade genética com o MERS-CoV, registrado pela primeira vez em 2012. A proteína spike, que ajuda o vírus a entrar nas células, apresentou 71,74% de identidade com a spike do MERS-CoV isolado em humanos na Arábia Saudita em 2015.

Porém, ainda não é possível afirmar se o novo coronavírus pode infectar humanos. Será necessário entender melhor o potencial de transmissão, por isso, realizarão novos testes em laboratório.

Além disso, pesquisadores buscam determinar se o vírus pode infectar outros animais ou até mesmo pessoas, como ocorreu com a Covid-19.

Risco de nova pandemia 

Apesar de o coronavírus encontrado apresentar algumas semelhanças com o MERS, especialistas não o consideram de alto risco para a população mundial neste momento.

O MERS, que já causou mais de 800 mortes em 27 países, mas, não é ainda visto como uma ameaça imediata de pandemia. 

A descoberta foi publicada no Journal of Medical Virology na terça-feira (18), e faz parte do projeto de pesquisa Morcegos: vigilância epidemiológica, filodinâmica de alta resolução, busca e design de peptídeos de interesse biotecnológico em vírus emergentes e reemergentes. . Por fim, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) apoia o projeto.

Informações da Agência Brasil 

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