Cassinos

Impacto econômico da legalização dos jogos de azar no Brasil

CCJ aprova projetos de lei para regulamentar jogos de azar no Brasil, impulsionando debates sobre fiscalização, emprego e segurança dos jogadores

Comissão aprova regulamentação dos jogos de azar no Brasil: um marco na legalização e fiscalização das apostas no país
Comissão aprova regulamentação dos jogos de azar no Brasil: um marco na legalização e fiscalização das apostas no país

A regulamentação dos jogos de azar no Brasil obteve um avanço significativo. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou recentemente projetos de lei voltados a esse tipo de atividade, e agora as propostas seguem para votação final. Até o momento, os jogos de azar são proibidos no Brasil, mas o crescimento das casas de apostas tem impulsionado novos debates e movimentado a cena regulatória no país.

Últimas portarias do ministério da fazenda

Para a compreensão desse novo passo na regulamentação, a ementa prevê algumas portarias importantes para tornar o processo ainda mais seguro e confiável.

Atualmente, as casas de apostas com execução autorizada em território brasileiro estão registradas em outros países, o que implica no pagamento de impostos tributários aos países de origem das plataformas para o licenciamento dessas atividades.  

Diante disso, a Portaria SPA/MF nº 300 define regras para o reconhecimento das empresas que certificam sistemas de apostas com quota fixa. Apenas são válidas as empresas registradas no Ministério da Fazenda com habilitação legal, regularidade fiscal e trabalhista, integridade das informações e qualificação em certificações internacionais.

Como complemento das diretrizes citadas acima, a Portaria SPA/MF nº 615 insere uma descrição que inclui regras para a operação das loterias e transações seguras via PIX, além de transações bancárias (TEDs e DOCs), que podem levar de um a três dias para serem processadas. A ementa também proíbe o uso de cartões de crédito, dinheiro em espécie, boletos bancários e criptomoedas.

Algumas casas de apostas sérias já adotam depósitos mínimos de R$1,00 com opções de pagamento facilitadas, tanto para atrair novos jogadores quanto para fidelizar os existentes. Plataformas como a Estrela.bet, Ona.bet, Casa de Apostas e Betmotion são exemplos de cassinos licenciados atuantes no Brasil. Elas oferecem cadastros simples, suporte adequado para esclarecer dúvidas e, cada vez mais, conquistam o público na hora de decidir ingressar em uma casa de apostas.

Com o sucesso da estratégia de depósitos com um valor acessível, outras plataformas adotaram abordagens como depósitos mínimos de R$5,00 e, para além disso, atraíram o interesse do público pela variedade de jogos e aplicativos de layout responsivo. Algumas dessas operadoras, como Esportiva.Bet, F12.bet e Luva.bet, são consideradas referências no ranking dos brasileiros.

Segurança é um dos principais critérios para os jogadores na escolha de uma nova casa de apostas. Em virtude disso, a Portaria SPA/MF nº 722 estabelece regras e técnicas para as plataformas online e sistemas de apostas, com exigências específicas referentes ao domínio do site com “bet.br”. Além disso, a portaria detalha os requisitos para canais de atendimento ao cliente, sistemas de segurança para transações financeiras e proteção dos bancos de dados. 

Por fim, vale mencionar que, após a divulgação da Portaria nº 1330 pelo Ministério da Fazenda, também foram orientadas diretrizes para o uso da publicidade por empresas de apostas esportivas. O projeto destaca a importância do compromisso com a veracidade das informações, a proibição do excesso de estímulo e incentivo à prática e, sobretudo, o reforço dos valores de um jogo responsável para maiores de 18 anos.

Impactos econômicos e sociais

Com a possível regulamentação dos cassinos online no país, o debate tem se aquecido sobre as consequências positivas e negativas desse tipo de entretenimento. Entre os aspectos positivos, destacam-se a fiscalização, geração de empregos diretos e indiretos, a ampliação do setor de turismo e o aumento da arrecadação tributária.

Por outro lado, as preocupações incluem a possível concentração de dinheiro em núcleos específicos e os casos de dependência mental e física. Abaixo, explicamos com mais detalhes sobre cada uma das questões. 

Geração de empregos


Segundo o levantamento de dados realizado pela FeComercioSP, estima-se que com a aprovação da regulamentação sejam promovidos mais de 658 mil empregos diretos e 619 mil indiretos, incluindo empregos na construção de novos cassinos, hospedagem, alimentação, revitalização de áreas turísticas, bebidas, além dos serviços de manutenção e limpeza oferecidos por pequenas e médias empresas locais.

Aquecimento da economia brasileira

Apesar do crescimento econômico do país, a operação ilegal de cassinos online gera perdas significativas para o Brasil.

O governo deixa de arrecadar bilhões de reais em impostos anualmente, além de enfrentar outros desafios, como a falta de controle e fiscalização das atividades, riscos para os jogadores e concorrência desleal com os cassinos que operam dentro da lei.

Em valores reais, o país poderia ganhar em torno de R$74 bilhões ao ano com arrecadação tributária, sendo R$22,2 bilhões em impostos pagos periodicamente pelos cassinos e R$6,7 bilhões em licenças anuais.

Dependência emocional

Outro ponto que gera grande debate, desde o grande público até a classe política, são as consequências mentais da regulamentação dos cassinos online.

Casos de apostadores em descontrole financeiro, que colocam em risco a própria vida e a de suas famílias, são comuns e têm atingido cada vez mais pessoas.

Essa realidade, somada ao fato de que a regulamentação — sem a fiscalização devida — pode retirar dinheiro dos mais necessitados e fortalecer a classe empresarial gera impasses e questionamentos sobre como a retenção e a distribuição dos recursos serão realizadas.

Fiscalização

O Brasil já possui duas realidades distintas em relação aos jogos de azar: casas de apostas licenciadas em outros países e cassinos proibidos no território nacional, com exceção de loterias, apostas esportivas e jogos em cruzeiros. Apesar da legislação vigente, muitos cassinos operam ilegalmente no país.

Com a regularização, a expectativa é que medidas rígidas de proteção e fiscalização sejam implementadas para trazer mais segurança aos apostadores. A medida sugere que as empresas credenciadas no Ministério da Fazenda informem seus balanços semestrais no Sistema de Auditoria e Controle (SAC) e participem de auditorias anuais.

Liberação de cassinos

O Projeto de Lei 2234/2022, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 16 de junho de 2024, abre caminho para a legalização da participação de brasileiros em cassinos, jogos do bicho, corridas de cavalos (turfe) e bingos. A proposta também prevê a instalação de cassinos em polos turísticos e hotéis de alto padrão (com capacidade mínima para 100 quartos), além de restaurantes, bares, locais para reuniões e eventos culturais.

Mais do que liberar a participação de brasileiros em jogos de azar, o projeto de lei 2234/2022 estabelece regras, mecanismos de fiscalização e tributação para casas de apostas. Essa proposta, que já havia sido apresentada em 2022 — mas  que não obteve o número necessário de votos para aprovação na época — representa o fim da Lei de 1946, que proibia qualquer jogo de azar em território brasileiro.

Para garantir a segurança e o jogo responsável, o projeto de lei estabelece diversas regras de licenciamento, como idade mínima de 18 anos, exigência de empresas sediadas no Brasil e a realização de jogos apenas em locais autorizados pelo órgão regulador.

O projeto também proíbe a participação de ludopatas, funcionários das operadoras, jurídicas, agentes de fiscalização e pessoas com questões judiciais em andamento. Em caso de descumprimento das regras, as empresas poderão sofrer cassação da licença, suspensão total ou parcial de até 180 dias, e até proibição definitiva, além de multa de até R$2 bilhões por infração.

Conclusão

O crescente interesse por casas de apostas como forma de entretenimento impulsionou o debate sobre a regulamentação dos cassinos brasileiros, envolvendo o público e figuras políticas do Senado. A recente aprovação do projeto de lei 2234/2022 deu início à discussão de diretrizes para a regulamentação das casas de apostas no país, mesmo que a operação de cassinos em território nacional ainda seja ilegal.

No Brasil, já temos a presença de algumas casas de apostas como Estrela.Bet, Ona.bet, Betmotion, Casa de Apostas, Luva.bet e F12.bet, que além de licenciadas, possuem um compromisso com o jogo responsável a partir de métodos de depósitos confiáveis e pagamentos facilitados. Os critérios exigidos pelo projeto visam a fiscalização adequada em cada estado, além de promover a geração de empregos e o impulsionamento da economia brasileira.

Entre essas medidas, destaca-se a portaria SPA/MF nº 300, que estabelece critérios para a certificação dos sistemas de apostas; a portaria SPA/MF nº 615, que define métodos de pagamento seguros e confiáveis, como PIX e transferências bancárias; e a portaria SPA/MF nº 722, que sugere técnicas de segurança de dados para proteger as informações dos jogadores.

Todas essas medidas têm uma finalidade evidente: combater o vício em jogos de azar, proteger os jogadores, especialmente os mais vulneráveis, e promover a prática de um jogo responsável sem colocar em risco a segurança dos apostadores. Agora, o projeto de lei segue para aprovação pelo atual presidente da república e, em um futuro breve, saberemos os frutos que tal ação repercutirá no país.

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