O BTG Pactual reiterou sua recomendação neutra para os papéis de Azul (AZUL4), com preço-alvo de R$ 20,00 em doze meses, mesmo após o mau desempenho das ações, influenciadas por uma suposta intenção da Gol (GOLL4) em entrar com um pedido de recuperação judicial nos EUA.
O rumor pegou investidores de surpresa, uma vez que os mesmos esperavam que a reestruturação financeira de um concorrente no setor ofereceria algum alívio competitivo à Azul.
Contudo, os analistas Fernanda Recchia e Lucas Marquiori acreditam que outros fatores de mercado podem estar em jogo neste desempenho incomum das ações – entre eles, o desempenho dos mercados acionários (no Brasil e no exterior), impulsionado pelo aumento repentino nos rendimentos de longo prazo dos EUA, e em questões comerciais, como problemas contínuos de fornecimento com OEMs de aeronaves, como o encalhe da Boeing.
Analistas creem que os fundamentos do setor favorecem a empresa e atrelam a queda dos papéis à desmontagem de posições de ‘pair trade’ de investidores, que poderiam trazer uma maneira casada queda de Gol e na alta da concorrente, especialmente por fundos locais.
Com o short squeeze nas ações da Gol, investidores se viram obrigados a desmontar a estratégia, o que fez com que as ações de Azul (AZUL4) também fossem penalizadas.
Mesmo em um momento adverso, Recchia e Marquiori projetam um espaço para a Azul (AZUL4), uma vez que a concorrente Gol já diminuiu a oferta de voos, com a recuperação judicial aprovada ou não, em razão dos atrasos nas entrgas da Boeing.
A adequação de capacidade tende a deixar o ambiente de preços mais racional, avalia o BTG Pactual.