O Safra reiterou sua classificação outperform para a Vale (VALE3) à medida que incorporaram em suas estimativas números da mineradora no quarto trimestre passado e os preços de commodities e câmbio marcados a mercado.
As ações da Vale caíram 12% desde a última atualização do banco no final de dezembro, e, embora tenham reduzido previsões de preços de commodities, analistas do Safra permanecem positivos neste caso de investimento, especialmente em comparação com outras empresas expostas ao minério de ferro, com base em níveis de avaliação atrativos e um potencial de redução de riscos relacionados a preocupações sobre provisões adicionais e o processo de sucessão do CEO.
No relatório, o Safra prevê um EBITDA de US$ 18,4 bilhões em 2024 (-2% em relação à previsão anterior) e US$ 16,8 bilhões em 2025 (+1%).
Essa redução em 2024 reflete uma visão mais negativa dos preços de commodities (por exemplo, minério de ferro, cobre e níquel), enquanto o aumento em 2025 resulta de uma visão mais positiva dos custos por tonelada.
A Vale continua como a empresa com o maior rendimento médio de FCF em 2024–25E dentro da cobertura do Banco Safra, em cerca de 10% no período.
Analistas estabeleceram novos preços-alvo de 12 meses de R$ 86,00 por ação e US$ 17,90 por ADR com base em uma avaliação de DCF, abaixo de preços-alvo anteriores de R$ 90,50 por ação e US$ 18,10 por ADR.
O preço-alvo do Banco Safra para VALE3 foi afetado negativamente pela nova previsão de FX de final de 2024 da equipe macroeconômica do banco (R$ 4,80/USD vs. R$ 5,00/USD, anteriormente), que foi reduzida mais do que o preço-alvo para Vale.
Nos cálculos, analistas usam um custo de capital próprio de 12,0% (em US$) e um WACC de 10,3% (em US$) (inalterado).
Isso implica um TSR de aproximadamente 40% (30,90% via upside de DCF e 9,0% via dividendos) e razões EV/EBITDA de 3,70x e 4,10x para 2024 e 2025, respectivamente.
Riscos-chave para a visão positiva:
- – (i) deterioração adicional no nível de atividade do setor imobiliário da China que impacte os preços do minério de ferro,
- – (ii) dependência da Vale de licenças ambientais e certificações de terceiros para aumentar a produção, e
- – (iii) riscos ambientais relacionados às barragens de rejeitos existentes da empresa. A necessidade de provisões adicionais relacionadas aos eventos de Samarco ou Brumadinho e a renegociação da renovação antecipada dos termos de concessão ferroviária também podem ter um impacto negativo na avaliação da empresa.