A Vale (VALE3) passou a considerar estabelecer mandato de transição para o atual presidente, Eduardo Bartolomeo.
Nessa recondução, o mandato seria menor do que o estipulado no estatuto da companhia, de três anos, e incluiria o compromisso de se trabalhar mais adiante por uma sucessão, apuraram os repórteres Fernanda Guimarães, Francisco Góes e Mônica Scaramuzzo para o jornal Valor Econômico.
De acordo com a apuração, não existe uma nova reunião extraordinária marcada enquanto segue o impasse referente ao comando da mineradora, mas foram designados representantes de ambos os lados para buscar um entendimento.
A reportagem traz ainda que, ao mesmo tempo, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta influenciar a sucessão nos bastidores por meio do ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG).
A União tem intensificado as pressões para fazer o novo CEO da Vale e trabalha pelo nome de Paulo Caffarelli, ex-presidente do Banco do Brasil (BBAS3) para suceder Bartolomeo. Procurado pelo periódico, Caffarelli não comentou.
O veículo informa que Caffarelli seria o plano B do governo petista depois de o Palácio do Planalto ter desistido de fazer do ex-ministro Guido Mantega o CEO da mineradora diante da repercussão negativa do mercado. Fontes próximas à Pasta negaram que Silveira esteja envolvido nas discussões.
O jornal informa que, de acordo com pessoas a par do assunto, a solução por um mandato mais curto seria complexa e não resolveria definitivamente o problema da empresa.
De acordo com o que fontes disseram ao Valor Econômico, a medida faria com que em curto espaço de tempo, antes mesmo do fim do mandato que for fixado, se iniciasse um novo processo sucessório que deixaria a companhia em contínua campanha pela eleição para CEO.
Existem ainda questões legais a serem resolvidas para tornar viável essa solução, com a possibilidade de haver a necessidade de mudar o Estatuto Social, que prevê mandato de três anos para toda a diretoria-executiva, como o CEO, enquanto o conselho de administração tem mandato de dois anos. E
As discussões sobre uma eventual necessidade de mudar o estatuto estão em curso.
O jornal aventa ainda a possibilidade de que, caso não haja uma solução até maio, quando termina o mandato de Bartolomeo, o executivo possa permanecer no cargo numa espécie de prorrogação, de acordo com o que disseram pessoas a par do assunto.
As informações são do jornal Valor Econômico.