
As ações da Hypera (HYPE3) abriu em queda nesta quinta-feira (14), após a companhia divulgar um balanço do quarto trimestre abaixo das estimativas do mercado e marcado por queda no lucro líquido. Por volta das 10:30, os papéis HYPE3 caía 3,17%, cotados a R$ 32,96.
Apesar dos resultados financeiros decepcionar, para o BTG Pactual eles refletem uma performance aquém do esperado, com uma série de métricas financeiras apresentando quedas significativas em relação ao ano anterior.
No EBITDA (lucro antes juros), a Hypera sofreu uma redução de 21% em comparação com o mesmo período de 2022, com R$ 580 milhões, enquanto o lucro líquido ficou 17% abaixo das projeções do BTG, a R$ 308,10 contra R$ 369 milhões projetado pelo banco.
Para o BTG, a geração de fluxo de caixa livre (FCF) foi o único aspecto positivo, apresentando um desempenho razoável.
As receitas líquidas da empresa diminuíram 13% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 1,85 bilhões, uma cifra 8% inferior às estimativas do BTG. Essa queda foi atribuída a uma desaceleração nas vendas no segundo semestre de 2023.
Além disso, a margem de EBITDA caiu para 31,4%, representando uma redução de 320 pontos-base em relação ao ano anterior.
A desaceleração no crescimento das vendas também foi um ponto de preocupação elencado no relatório, com um aumento de apenas 3,8% em relação ao ano anterior. Isso foi atribuído a uma mistura desfavorável de produtos, com vendas mais fracas de medicamentos para gripe, respiratórios, dor e febre.
Para o ano fiscal de 2024, a HYPE3 divulgou uma orientação ligeiramente abaixo das expectativas do mercado. O crescimento esperado na linha superior é de 8,7%, com um EBITDA ajustado de R$3 bilhões, representando um aumento de 13% em relação ao ano anterior.
No entanto, o BTG observou que a empresa não conseguiu cumprir suas projeções para o ano fiscal de 2023.
Além disso, a companhia anunciou um novo programa de recompra de ações, indicando sua confiança em sua capacidade de gerar fluxo de caixa e criar valor para os acionistas.
Diante disso, o BTG manteve sua classificação neutra para a ação, destacando a incerteza em torno da sustentabilidade dos incentivos fiscais da empresa.
Com isso, o banco revisou suas estimativas e reduziu o preço-alvo das ações de R$ 42,00 para R$ 39,00 por HYPE3, refletindo uma cautela contínua em relação ao desempenho futuro da empresa.