Na manhã desta quarta-feira (4), Caio Paes de Andrade formalizou sua renúncia ao cargo de CEO e ao assento no conselho de administração da Petrobras (PETR3)(PETR4). O colegiado elegeu João Henrique Rittershaussen como presidente interino da estatal.
Mas o caminho abriu-se mesmo para Jean Paul Prates, senador do PT pelo Rio Grande do Norte, indicado pelo presidente Lula (PT) para comandar a petroleira.
Ontem à noite, o Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou a indicação do parlamentar ao conselho de administração da estatal.
Dado o papel de Prates na política brasileira nos últimos anos, muitas vezes surgem dúvidas sobre se ele poderia ser o próximo CEO da Petrobras.
Embora certamente não haja consenso sobre o assunto, o BTG Pactual acredita que o novo governo deve conseguir fazer avançar sua indicação.
Há duas semanas, a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou um projeto de lei que altera a Lei das Estatais, e permite que indivíduos que participaram da organização de campanhas eleitorais ocupem cargos de gestão ou conselho de administração em empresas estatais após cumprir uma quarentena de trinta dias (anteriormente, 36 meses).
Embora seja necessária a aprovação do Senado Federal, Prates ainda pode se tornar CEO sem a mudança na legislação, já que não exerceu cargo remunerado em campanha eleitoral nos últimos 36 meses.
O ruído na Petrobras tem sido alto desde a eleição e provavelmente vai levar um tempo para diminuir, disseram os analistas do BTG Pactual.
A política de preços de combustíveis da Petrobras vai ser revista, e jornais locais afirmaram recentemente que o relatório completo da equipe de transição energética do novo governo pedia a revisão do Plano Estratégico da Petrobras em até sessenta dias após a posse, com a inclusão de mais recursos para o segmento de refino.
Analistas continuam céticos quanto a isso. Mas o simples fato de haver esforços para mudar o Plano Estratégico deve ser suficiente para aumentar a volatilidade das ações, disseram.
Também sentem que qualquer decisão de reduzir o payout da Petrobras pode ser repentina, e provocar uma rápida deterioração na percepção de risco. Assim, ainda recomendam cautela e permanecem neutros aos papéis preferenciais (PETR4), com preço-alvo de R$ 35,70.