Em relatório publicado na última quarta-feira (4), a Ágora Investimentos e o Bradesco BBI atualizaram a cobertura do setor de tecnologia, com a incorporação dos últimos resultados e uma perspectiva mais desafiadora para este ano – com taxas de juros mais altas por mais tempo e um alto nível de incerteza nas frentes macroeconômicas e políticas.
De acordo com os analistas Otavio Tanganelli e Ricardo França, Totvs (TOTS3) destaca-se como a preferida da cobertura, pois esperam que a empresa continue com a entrega de resultados sólidos e baixos riscos operacionais, com negociação a razoáveis 22x P/L 2023.
No material, Locaweb (LWSA3) foi rebaixada de recomendação neutra para venda, em vista de um cenário difícil pela frente.
Tanganelli e França pontuam que as empresas adquiridas pela companhia continuam a pesar na rentabilidade, além de reduzir os spreads em seu negócio de adquirência (Yapay) e um ambiente globalmente mais desafiador para o crescimento do GMV (o que leva, consequentemente, a uma monetização mais difícil de clientes na divisão de comércio).
Para a Méliuz (CASH3), por sua vez, vislumbram um ambiente desafiador para monetização e rentabilidade, principalmente em um contexto de desaceleração do crescimento do GMV (impactado pelos volumes do e-commerce) e despesas operacionais ainda elevadas, o que leva a margens negativas no curto e médio prazos.
Com ajuste em modelos, em meio a expectativas gerais mais fracas, analistas cortaram o preço-alvo para Totvs (TOTS3), de R$ 35,00 para R$ 31,00, o que ainda implica em um potencial de valorização de 24%. A recomendação de compra, entretanto, foi mantida.
Para Locaweb (LWSA3), houve corte de R$ 9,00 para R$ 5,00, com recomendação de venda, devido a uma melhoria muito mais fraca na rentabilidade em comparação com as expectativas anteriores, como resultado de maiores despesas financeiras e ambiente mais desafiador para crescimento de receitas, à luz da possível revisão de ganhos para baixo à frente.
Por fim, também rebaixaram o Méliuz para recomendação neutra (de compra), com um novo preço-alvo de R$ 1,50 por ação (de R$ 1,70 por ação), o que ainda implica em um potencial de valorização de 38%, pois os riscos de execução permanecem bastante altos neste momento.