Com um ROE de 19,3% e lucro de R$ 7,7 bilhões (-5,1% trimestre a trimestre e +7,1% ano a ano) no quarto trimestre de 2022, o resultado do Itaú (ITUB4) veio um pouco menor as expectativas de Genial Investimentos (em 8,9%), mas o resultado não foi fraco.
Muito pelo contrário. Os analistas Eduardo Nishio e Wagner Biondo citam, em relatório, que o banco provisionou 100% de sua exposição aos créditos tóxicos de Americanas (um evento subsequente ao fechamento relacionado a uma grande empresa que entrou em recuperação judicial).
A medida impactou o lucro em R$ 719,0 milhões. Não fosse isso, o lucro seria de R$ 8,4 bilhões, com um ROE de 21,0%, em linha com as estimativas de Genial Investimentos, e representava um crescimento de aproximadamente +4,0% trimestre a trimestre e +17,3% ano a ano.
A melhor notícia, para Biondo e Nishio foi de que, com o balanço limpo, a agenda volta a ser de crescimento. Pelo menos, o guidance de 2023 induz a isso.
Na simulação de Genial Investimentos, no ano, pode haver um lucro de R$ 35,9 bilhões, crescimento de +16,8% ano a ano e ROE de 20,7%, no meio da faixa do guidance de 2023.
Analistas citaram o Itaú (ITUB4) como sua preferência de longo prazo entre os grandes bancos tradicionais brasileiros pelas seguintes razões:
- – melhor hedge para se proteger da alta dos juros;
- – receita de juros com clientes em crescimento mais rápido que a carteira de crédito;
- – uma exposição maior a alta renda na pessoa física;
- – receita com serviços e seguros em crescimento de perto dos 10% ano a ano; e
- – avanços na digitalização do banco que eventualmente irão levar ganhos de eficiência.
Pelos cálculos de Genial Investimentos, as ações preferenciais de Itaú (ITUB4) são negociadas a apenas 6,64x P/L 2023E. Com isso, Biondo e Nishio pontuam que as ações do banco estão em níveis atraentes, e apresentam um upside de +30,3% com base no preço-alvo de R$ 32,00.
A recomendação foi de compra.