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PetroRecôncavo (RECV3): lucro saltou 465% em um ano, mas ações caíram 30% em um mês. E agora?

Certificação de reservas, sell-off após anúncio do imposto de exportação de petróleo e queda nos preços do Brent pesam sobre as ações

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A PetroRecôncavo (RECV3) registrou um lucro líquido de R$ 408,6 milhões no quarto trimestre de 2022, um crescimento de 465% em doze meses.

No período, o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 391 milhões.

A produção atingiu 23.000 mil BOED (+5,0% trimestre a trimestre), impulsionada por um aumento de 9,0% no Riacho da Forquilha.

Na avaliação da XP Investimentos, o foco para os investidores deve ser a recente queda das ações ordinárias da petroleira, já que a companhia despontou com o pior desempenho entre as ações de óleo e gás no Brasil – recuo de cerca de 30% de seu valor.

Andre Vidal, Guilherme Nippes e Helena Kelm escrevem que, embora parte disso se deva ao sell-off após o anúncio do imposto de exportação de petróleo e à queda nos preços do Brent, o desempenho pode ser explicado principalmente por uma reação negativa após o novo relatório de certificação de reservas.

Eles avaliam que o aumento em investimentos, na ordem de 60%, foi além das expectativas, especialmente se considerarmos que o modelo de negócios mais integrado da companhia deveria proteger, pelo menos, parte da inflação de custos que a indústria como um todo sofre atualmente.

Apesar de que o novo relatório de certificação tenha sido uma notícia negativa, Vidal, Nippes e Kelm não concordam com os atuais níveis de valuation e veem isso como uma reação exagerada.

Para além de mais enfraquecimento nos preços do Brent, veem a maioria de potenciais cenários ruins embutidos nos preços atuais das ações e mantêm recomendação de compra, ao preço-alvo de R$ 33,80 – o que implica em um potencial de valorização de 61,95% sobre a cotação atual.

Às 10:15 desta quinta-feira (23), os papéis RECV3 subiam 1,92%, a R$ 21,27.