Além de Dasa (DASA3), a Hapvida (HAPV3) iniciou conversas com bancos para fazer uma oferta subsequente de ações (“follow-on”), apuraram as repórteres Fernanda Guimarães e Mônica Scaramuzzo para o jornal Valor, com fontes a par do assunto.
Para evitar diluição, os acionistas controladores das duas companhias também deverão participar das ofertas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Na reportagem, a empresa estuda vender imóveis onde estão instalados seus hospitais, no modelo “sale and lease back”, ou seja: a empresa vende o imóvel e se torna locatária do local, com contrato de longo prazo.
No acumulado do último ano, os papéis HAPV3 já caíram 80,84% e eram cotados a R$ 2,24%, por volta de 13:20 desta segunda-feira (27).
Recomendações
Em relatório que sucedeu a divulgação dos números da companhia no quarto trimestre, o Banco Safra apontou que a tendência de deterioração na sinistralidade (MLR) recorrente não parece boa, com base em aumentos de preços decepcionantes e um MLR acima do esperado, que impactou negativamente o EBITDA e o resultado final.
Analistas destacaram que uma estratégia de preços mais agressiva para conter a deterioração da sinistralidade parece estar finalmente em andamento na Hapvida (HAPV3), mas seus efeitos provavelmente darão frutos apenas no próximo ciclo.
Eles avaliam que o risco associado à tese de investimento da Hapvida aumentou consideravelmente, pois o sucesso do investimento depende de uma melhoria significativa das margens, e a recente sucessão de expectativas frustradas apenas dificulta o pagamento à vista.
No entanto, a decisão de ser mais agressivo na precificação (e supondo que seja realmente o caso) coloca a recuperação mais nas mãos da administração, em vez de esperar que a frequência se normalize, mesmo que isso ocorra à custa da perda de membros.
Portanto, analistas do Banco Safra decidiram manter uma classificação de compra para HAPV3, com base em um horizonte de investimento de longo prazo, e ressaltam que, além de uma possível recuperação parcial do atual preço deprimido das ações, não esperam uma recuperação consistente no curto prazo.