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Cielo (CIEL3): o que esperar do balanço do 1º tri?

Analistas reiteraram estar construtivos para a empresa de meios de pagamentos neste ano, mas com mudanças na tese de investimentos

Cielo (CIEL3) - Divulgação: Cielo, por Evidência Consultoria e Comunicação
Cielo (CIEL3) - Divulgação: Cielo, por Evidência Consultoria e Comunicação

Apesar do aumento concorrencial no mercado de adquirência após o fim da exclusividade das bandeiras Visa e Mastercard em 2010, a Genial Investimentos tem mantido uma visão mais positiva para a Cielo (CIEL3) desde o ano de 2021. 

Analistas reiteraram estar construtivos para a empresa de meios de pagamentos neste ano, mas com mudanças na tese de investimentos que passa de uma história de crescimento de volume de cartões (TPV) acima de 20% no ano passado para uma narrativa de melhora na precificação em razão de um mercado concorrencial mais racional.

A equipe liderada por Eduardo Nishio crê que essa narrativa vai se concretizar a partir deste segundo trimestre, em razão de dois fatores:

  • – i) melhora nas margens de cartões pré-pagos por conta de mudanças das regras de intercâmbio; e
  • – ii) ambiente competitivo racional, que cria um ambiente propício para aumento de preço (MDR) de cartões de crédito e débito. 

Por fim, analistas comentam que o escândalo nos recebíveis de Americanas (AMER3) impactou o mercado de crédito para as varejistas, melhorou os volumes e preço do negócio de antecipação de recebíveis das adquirentes.

A melhora de preços e o aumento de penetração nos produtos de antecipação (ARV e Receba Rápido) devem melhorar o take rate da Cielo, e assim mais que compensar volumes menores de cartões em 2023 em razão de uma desaceleração econômica.

A queda dos últimos seis meses no preço das ações faz com que analistas vejam a Cielo em um ponto atrativo de entrada, com papéis negociados a um valuation interessante de apenas 6,46x P/L 23E.

Para o ano de 2023, estimam um lucro de R$ 2,1 bilhões, alta expressiva de 42,2% ano a ano devido, principalmente, o foco na busca de rentabilidade.

No primeiro trimestre, veem um lucro líquido de R$ 374 milhões (-23,8% trimestre a trimestre e +102,4% ano a ano), praticamente em linha com o consenso de R$ 380 milhões, em razão de sazonalidade de começo de ano que afeta negativamente o resultado, devido a tendência de menor volume transacionado.

Portanto, reiteraram a recomendação de compra, com um upside de 35,6%, negociada a um valuation atrativo de 6,46x P/L 23E e 0,61x P/VP 23E.

A Genial Investimentos reiterou um preço alvo de R$ 6,78, baseado no modelo dividendos descontados (DDM), com payout de 50,0%, custo de capital de 16,0% e um crescimento de longo prazo (g) de 6,0% nominal.