A Suzano (SUZB3) anunciou que o volume de produção de celulose de mercado neste ano deve ser reduzido em aproximadamente 4% ao longo dos meses.
Segundo a empresa, patamares anteriores não trariam “retorno adequado para a companhia em um momento de mercado de celulose mais complexo”.
A produção terá impacto de cerca de 400-450kt. A produtora de celulose também mencionou que o o referido ajuste em seu volume de produção não deve afetar os contratos regulares com os clientes.
Embora a menor oferta possa fornecer algum suporte para a dinâmica S/D de celulose no curto prazo, a notícia foi vista como negativa pelo Bradesco BBI.
O banco afirmou que o corte de produção do maior produtor, de menor custo do mundo, sinaliza um ambiente fraco de preços e demanda.
"Embora reconheçamos que a Suzano possui alguns locais de produção de custo mais alto, acreditamos que a mudança, em última análise, fornece suporte aos concorrentes de custo mais alto para continuar a produzir", diz o relatório do BBI.
Os analistas do Bradesco BBI também estimam um impacto negativo no EBITDA, assumindo que menores volumes de produção se traduzem em menores embarques, considerando que os estoques da Suzano já estão baixos.
Com volumes de vendas de 10,25 mi de toneladas e preços médios de celulose de US$ 570/t, o EBITDA da Suzano totalizaria R$ 15,6 bilhões (impacto de -3%) com a negociação das ações a 7,4x EV/EBITDA 2023E.
A avaliação é pouco atraente na visão do banco, que mantém sua classificação 'underperform', equivalente a venda, e postura cautelosa sobre a dinâmica do setor de celulose em 2023/24.